terça-feira, 1 de março de 2011

UM ESCRITOR NATURISTA E ANARQUISTA

NATURISTA ATÉ NA CAPA DOS LIVROS QUE ESCREVE: EFRAIM MEDINA REYES




*Jorge Bandeira

Escritores que transgridem são raros. Efraim Medina é caso raro na América do Sul. O jovem colombiano faz parte do seleto grupo dos novíssimos escritores que venceram a fronteira de seu país e são publicados além de suas fronteiras. No Brasil os lvros de Efraim estão no catálogo da editora Planeta e da editora Garamond. Chamam a atenção logo de cara, pelos inusitados títulos: Técnicas de Masturbação entre Batman e Robin e Era uma Vez o Amor, Mas Tive que Matá-lo. Não bastasse isso o autor deixa-se fotografar nu para as capas de seus livros, e até no you tube você pode assistí-lo levando seus livros para as escolas primárias da Colômbia, num embate com as professoras, demonstrando que tanto a nudez como a masturbação fazem parte da vida normal de qualquer ser humano.

Efraim nu na capa, andando de bicicleta ou cobrindo sua genitália com seu livro, sua nudez que alcança hoje inúmeros leitores, fãs de sua literatura que está na contramão do realismo fantástico de um Gabo, Gabriel Garcia marques. É um escritor da liberdade de criação, que tem na nudez uma aliada para seus propósitos de mundança de mentalidade sobre temas tabus na sociedade. Efraim carrega o signo de união entre os naturistas da América do Sul, destes países que precisam ter na nudez a digninidade que ela merece.

Estamos irmanados como a Argentina e seu Nudelot, de Florencia Brenner, aliados dos chilenos que estiveram no recente Congresso Internacional na Itália, dos peruanos e de todos os outros latiNU-americanos que precisam criar uma espécie de MercoNUS, que não lidem só com o capital, mas também com o existencial, o espiritual, o Naturismo sobrevive destes nobres ideiais. Efraim é um escritor naturista, mas que não trata de naturismo, ele É o naturismo, pelo dever de cidadão de levar sua ideia de nudez até mesmo em seus livros, na primeira visualização que o leitor recebe, lá está ele, nuzão, andando de bicicleta numa noite de neón, despreocupadamente, como se a nudez de um ciclista fosse tão comum como a própria bicicleta.

Efraim Medina transpira e respira liberdade por todos os poros, sua veia de escritor é desconcertante e ágil, de referências bem atuais sobre tudo o que passa a juventude e os leitores que insistem em não envelhecer, no sentido de estarem antenados com as preocupações sociais e culturais de seu tempo histórico. Nudez para Efraim é isso, é ser atualizado com este mundo complexo e alienante em que a nudez, pasmem, só pode ser liberada nas calçadas das cidades, onde a pirataria dos filmes em DVD imperam, e onde a nudez EXPLÍCITA não incomoda as autoridades (in) competentes. Leiam Efraim Medina Reyes e tenham a mesma impressão que tive, naturismo não é só está nu, também é estar nu e despojado de todos os preconceitos. Boa leitura.

Manaus, 11 de outubro de 2010

vicaflag@hotmail.com

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