domingo, 30 de janeiro de 2011

GUÍKEN 1- ENCONTRO NATURISTA DE 30/01/2011

Instalação na entrada da área naturista do sítio do Paulo.Rodovia AM-010, Manaus-Itacoatiara.

sábado, 29 de janeiro de 2011

DIVULGAÇÃO DO GRAÚNA/GRUPO AMAZÔNICO UNIÃO NATURISTA/MANAUS-AMAZONAS




O QUE É O GRAÚNA-AM?
É um grupo naturista organizado no Amazonas (Manaus), filiado à Federação Brasileira de Naturismo (FBrN), com OITO anos de atividades regulares.

COMO O GRAÚNA-AM SE REÚNE?
Temos encontros regulares em sítios e residências, onde podemos praticar o Naturismo com segurança.

O NATURISMO DO GRAÚNA-AM TEM ALGUM APOIO OFICIAL?
Nosso principal apoio é a FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE NATURISMO,CUJO SITE É O www.fbrn.org.br

COMO POSSO PARTICIPAR DO GRAÚNA-AM?
Você deve nos contactar (Jorge 9116-6775) e solicitar uma entrevista, só a partir daí que você poderá ser aceito em nossos encontros, conhecendo melhor nosso CÓDIGO DE ÉTICA e contribuindo para a manutenção do GRAÚNA-AM.

QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS PRAIAS PÚBLICAS DE NATURISMO EXISTENTES NO BRASIL?
As principais são: Praia do Pinho (SC), Tambaba (PB), Abricó (RJ), Galheta (SC), Massarandupió (BA), P. Brava (RJ), Barra Seca (ES).

EXISTE ALGUMA RESTRIÇÃO PARA FAZER PARTE DO GRAÚNA-AM?
Não, desde que cumpra de forma integral ao que consta em nosso CÓDIGO DE ÉTICA NATURISTA, e assine nosso TERMO DE ADESÃO E COMPROMISSO qualquer pessoa será bem vinda aos nossos encontros.

QUEM PARTICIPA DO GRAÚNA HOJE?
Famílias, Jovens, , profissionais liberais, engenheiros, advogados, professores, profissionais da área de saúde, psicólogos, , artistas, etc.

O QUE ACONTECE NOS ENCONTROS DO GRAÚNA-AM?
É um ambiente familiar, confraternizamos, praticamos esportes, nos divertimos muito e temos um contato total com a natureza através do NATURISMO.


CÓDIGO DE ÉTICA DO NATURISMO (FBrN/Federação Brasileira de Naturismo)

A PARTIR DA DEFINIÇÃO DE PRÍNCIPIOS DA FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE NATURISMO, EM CONJUNTO COM AS NORMAS DA FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE NATURISMO, ACATADA PELO GRAÚNA-AM COMO GRUPO FILIADO A ESTAS INSTITUIÇÕES DIRIGENTES DO NATURISMO OFICIAL BRASILEIRO, SEGUIMOS AS SEGUINTES REGRAS DE RESPEITO MÚTUO E DE BOA CONVIVÊNCIA ENTRE NOSSOS ASSOCIADOS:

ADOTAMOS INTEGRALMENTE A NUDEZ EM NOSSOS ENCONTROS;

PROCURAMOS USAR TOALHAS E SIMILARES NOS ASSENTOS PÚBLICOS;

ESTIMULAMOS, ATRAVÉS DA DISCRIÇÃO, RESPEITO E AMABILIDADE, AOS VISITANTES QUE, AINDA NÃO ADEPTOS DO NATURISMO, SINTAM-SE À VONTADE PARA SE INICIAREM NESTA PRÁTICA DA NUDEZ COLETIVA;

PRESTAMOS AUXÍLIO, SEMPRE QUE POSSÍVEL E SOLICITADO POR OUTRO NATURISTA;

RECEBEMOS COM SIMPATIA E ACEITAÇÃO QUALQUER TENTATIVA RESPEITOSA DE APROXIMAÇÃO, PARA TRAVAR CONHECIMENTO DE QUALQUER PESSOA QUE ASSIM O DESEJAR;

RESPEITAMOS OS ESPAÇOS E OU PRIVACIDADE DESEJADOS POR OUTROS NATURISTAS NAS ÁREAS UTILIZADAS PELOS MESMOS.

AS ATITUDES ABAIXO FEREM A ÉTICA NATURISTA DO GRAÚNA E ESTARÃO SUJEITAS À ADVERTÊNCIA OU EXCLUSÃO DO ASSOCIADO OU VISITANTE DO CONVÍVIO ENTRE OS NATURISTAS DO GRAÚNA:

CIRCULAR NA ÁREA NATURISTA USANDO ROUPA. , EXCETO QUANDO RAZÕES DE HIGIENE, SAÚDE OU CONDIÇÕES CLIMATÉRICAS DESFAVORÁVEIS (MENSTRUAÇÃO) ASSIM O ACONSELHEM;

AGIR DE MANEIRA DESRESPEITOSA OU AGRESSIVA COM QUEM QUER QUE SEJA, EM QUALQUER SITUAÇÃO;

PRATICAR OU INSINUAR ATOS DE CARÁTER SEXUAL OU OBSCENO;

FOTOGRAFAR, GRAVAR OU FILMAR QUALQUER INDIVÍDUO OU GRUPO, SEM PERMISSÃO DESTES OU DA ENTIDADE RESPONSÁVEL PELO LOCAL;

CONSTRANGER OUTROS NATURISTAS COM GESTOS, PALAVRAS OU ATITUDES QUE TENHAM CONOTAÇÃO SEXUAL OU OUTRAS QUE DENOTEM FALTA DE CONDUTA OU RESPEITO;

PRATICAR JOGOS OU OUTRAS ATIVIDADES EM LOCAIS QUE POSSAM INTERFERIR NA TRANQUILIDADE ALHEIA;

UTILIZAR INSTRUMENTOS SONOROS DE FORMA QUE POSSA INTERFERIR NA TRANQUILIDADE ALHEIA;

SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS EM LOCAIS OU CONDIÇÕES INAPROPRIADAS;

EMBRIAGAR-SE OU FAZER USO DE DROGAS ILÍCITAS, PREJUDICANDO A HARMONIA DO GRUPO;

DEIXAR LIXO FORA DOS LOCAIS APROPRIADOS;

PRATICAR QUALQUER ATO QUE VENHA PERTUBAR A BOA CONVIVÊNCIA, NOMEADAMENTE AS QUE RECORRAM A ATITUDES EXIBICIONISTAS OU PROVOCATÓRIAS;

CONTRIBUIR PARA A DETERIORAÇÃO DO MEIO AMBIENTE;

AGREDIR, SOB QUALQUER FORMA, A FAUNA E A FLORA NATURAL NA ÁREA NATURISTA UTILIZADA E EM SUAS ADJACÊNCIAS.

CONTATOS
vicaflag@hotmail.com
http://www.graunaam.com.br
JORGE 9116-6775

O GRAÚNA-AM FAZ CAMPANHA PERMANENTE CONTRA TODO TIPO DE EXPLORAÇÃO DE CRIANÇAS E JOVENS.

SOMOS NATURISTAS: PRESERVAMOS E DEFENDEMOS O MEIO AMBIENTE.

"VENHA CONOSCO VESTIR-SE DE SI MESMO"
"EXPERIMENTE USAR NADA"

CONCEITO DE NATURISMO

DENOMINA-SE NATURISMO A PRÁTICA DA NUDEZ SOCIAL COMO FORMA DE DESENVOLVIMENTO DA SAÚDE FÍSICA E MENTAL ATRAVÉS DA PLENA INTEGRAÇÃO COM A NATUREZA. TEM POR INTENÇÃO FAVORECER O AUTO-RESPEITO, O RESPEITO PELO OUTRO E O CUIDADO COM O MEIO AMBIENTE.
(Federação Internacional de Naturismo- INF/FNI- 1974)

CONHEÇA AS NORMAS DO NATURISMO. LEIA O CÓDIGO DE CONDUTA NATURISTA.


O NATURISMO É UMA PRÁTICA SOCIAL DIFUNDIDA EM VÁRIOS PAÍSES: JUNTE-SE A NÓS!

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

NUDEZ E TIMIDEZ DESVENDADAS

Reflexões sobre uma curiosa pesquisa envolvendo a Nudez

*Adaptado por Jorge Bandeira

Há muito tempo atrás, mulher pelada era coisa comum em todo lugar. Nossos ancestrais conseguiam andar peladões e felizes por aí. Atualmente isso é impossível. Mas por quê?
Quem nunca teve aquele pesadelo clássico de estar pelado na escola, no trabalho ou na igreja? E por que a sensação de estar nu é tão ruim?
E como explicar os rebeldes que passam seus feriados andando peladões por praias nudistas? Eles insistem que nada poderia ser mais normal.
Um experimento promete explicar todas essas dúvidas que envolvem a nudez humana.
Oito pessoas “normais” (nenhuma freqüenta ou freqüentou uma praia de nudismo) foram recrutadas para uma filmagem na BBC de Londres. A proposta era explicar por que estar pelado é sinônimo de vergonha.
As mulheres do grupo se preocuparam se os outros participantes ririam delas. Entre os homens, a maior preocupação era “excitação inapropriada”.
Phil, de 39 anos, foi o primeiro a fazer o teste. Um pouco antes de se encontrar com os outros voluntários, ele foi colocado diante de um espelho de corpo inteiro e instruído a tirar todas as suas roupas. Quando ele descobriu que havia um outro espelho atrás dele, seu coração acelerou incrivelmente e seu rosto se tornou instantaneamente vermelho.
Kath, outra voluntária, de 40 anos, teve que passar pela mesma situação. Segundo ela, a sua vontade era de que o chão se abrisse e a engolisse.
A questão preocupava até Darwin. Afinal, ele descobriu que somos parentes dos macacos, e eles não andam por aí usando calças. Então o que temos de diferente dos outros primatas?
Claro, temos uma quantidade bem menor de pêlos cobrindo nossa pele. Darwin achava que era por causa do calor ao qual nossos ancestrais foram expostos, evoluímos com menos pêlos. Mas isso é contraditório, já que a maioria dos mamíferos usa os pêlos para proteger sua pele do Sol.
No entanto, temos uma habilidade única: podemos nos resfriar mais facilmente suando. Logo, está explicada a nossa falta de pêlo. Para alguns especialistas, se não fosse o suor, não teríamos nos desenvolvido tanto, nosso cérebro não seria tão grande e não criaríamos ferramentas para facilitar nossa vida. O suor permitiu que nosso cérebro crescesse.
Até aí dá pra entender o porquê de nossa nudez, mas não a vergonha dela.
Voltando ao experimento, depois de outra série de situações, tanto Phil como Kath ficaram cara a cara com outro colega voluntário pelado. A tarefa deles, agora, era pintar o corpo do companheiro, usando cores que demonstravam o quanto se sentiam envergonhados em tocar determinada parte do outro (vermelho significava que a pessoa estava extremamente desconfortável, amarelo desconfortável e verde era “confortável).
Phil pintou os genitais do outro voluntário de vermelho. Kath, no entanto, depois das outras situações, perdeu sua inibição: pintou o corpo inteiro de seu companheiro de verde. Sim, cada pedacinho dele.
Isso é um exemplo de como a atitude das pessoas é flexível, em relação à nudez. E isso explica o porquê de nudistas estarem confortáveis vivendo ao seu modo.
Depois de mais alguns dias de nudez, os voluntários do experimento já não se sentiam desconfortáveis. Haviam “aprendido” uma nova convenção, na qual era permitido ficar pelado.
O fato fortaleceu as teorias de que não nascemos com vergonha da nossa nudeza, nós aprendemos a nos envergonharmos, com a sociedade.
Somos mais sociáveis do que qualquer outro primata, vivendo em grupos maiores. E, durante milhares de anos, vivemos em comunidades que nos dizem que a nudez não é aceitável.
Não é aceitável porque envia sinais sexuais que estimulariam as pessoas a trair seus parceiros. A exposição do corpo mostra nosso “material” e nos tornamos suscetíveis a sinais de que queremos trair a nossa principal relação. Logo, surgiu o costume de cobrir o corpo para evitar esse tipo de situação. E mesmo na nossa sociedade, tão avançada, ainda concordamos com esse costume.
E a vergonha é o sentimento ideal a ser “ligado” com a nudez. Como a vergonha “dói”, não nos sentimos compelidos a sair por aí peladões. E é um sentimento tão visível que todos a sua volta conseguem perceber que você fez algo errado e sabe disso, quando o rosto se avermelha.
*Jorge Bandeira é fundador do Graúna, Grupo Amazônico União Naturista, grupo filiado à FBrN desde 2004.
Nosso site: http://www.graunaam.com.br
Nossa comunidade no Orkut: Naturismo em Manaus
Fonte: BBC

ÚNICO GRUPO FILIADO À FBrN NA REGIÃO NORTE DO BRASIL.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

nudez e arte: William Blake

                                          A NUDEZ ILUMINADA DE WILLIAM BLAKE




Por Jorge Bandeira*

No século da Revolução Francesa, no ápice do movimento Iluminista, no Século da Razão, um bardo Inglês, poeta, escritor, gravurista, inovador das artes plásticas, praticamente um “iluminado”, forjou com sua mente além daquele tempo um olhar paradigmático sobre FORÇA DA NUDEZ, com sua obra de intenso vigor e que transbordava verdades por todas as direções.

Blake optou por retratar o corpo nu, de homens,mulheres, jovens e crianças de forma natural, mas com um movimento de musculatura em estado de contração, mesmo na imobilidade destes corpos. Uma visão vanguardista que foi repensanda mais tarde por outro gênio da gravura, Gustave Doré, o homem que ilustrou A Divina Comédia, de Dante Alighieri. Aqui nosso foco é a forma poderosa destes nus de Blake, as cores vibrantes e a opulência de um traço e de uma profundidade de desenho que transbordava de um barroco, de um excesso, mas que via a nudez dentro de uma normalidade verdadeiramente humana.

Os corpos nus de Blake são colocados em primeiríssimos planos na composição, e os detalhes desta maneira singular de retratar a nudez passamos a analisar, à luz da historiografia das artes plásticas e da História. A força que encontramos nas obras de Blake são retratos de um artista que via na nudez uma maneira capaz de alcançar o absoluto, tal qual diz em um de seus mais famosos poemas: “Se as portas da percepção fossem abertas, o homem veria o que é e o que sempre foi: Infinito!” Este infinito do que trato aqui é a nudez, e de como estamos irmanados por esta premissa alquímica de William Blake.



A gravura acima é uma das milhares feitas por Blake para a série que deu origem à seu álbum sobre O Paraíso Perdido, de John Milton, e as cores usadas molduram a nudez deste ser mortal em toda sua esplendorosa nudez, seu corpo nu é retratado de forma estendida, livre, desimpedida, sem amarras, e o seu semblante nos transmite a tranquilidade de quem tem em sua nudez uma companhia segura, singela, vital. Raios em formas de auras espectrais emanam de seu corpo transbordante de energia, e a posição um tanto quanto inclinada de suas pernas, em um ângulo obtuso, fazem valer o plano elevado em que está nosso personagem ao natural. Uma perfeita geometria de um corpo que se revigora em sua nudez cintilante.

Blake, ao que consta seus biográfos, pouco usava de modelos-vivos, e quando fazia uso deste meio para seus trabalhos os modelos passavam por uma jornada em completa nudez, que duravam dias, até se acostumarem ao estado despido de seus corpos, quando então o grande bardo os considerava livres das amarras condicionantes de suas roupas. As marcas das roupas deveriam sumir de seus corpos. Era uma exigência deste gênio das letras e da pintura.



Acima, temos uma de suas obras-primas: Isaac Newton, em todo o seu contorno corporal e com uma das mais clássicas figuras que já foi pensada, enquanto pose de um modelo, rivalizando com O Pensador, de Rodin. Esta obra merece uma atenção redobrada, que alguns modelos de iconografia são necessários para esta análise. Ficamos, então, para não alongar o estudo, do jogo de luz e sombras, e do excelente super-objetivo geométrico triangular que este corpo NU nos demonstra.

Vejam que a figura do compasso é replicada na posição da mão esquerda, da direita, do ângulo das pernas torneadas deste Newton, e atentemos também ao triângulo formado pela posição dos pés, o que coloca o espectador a um jogo infinito de possibilidades geométricas a partir das figuras. Os talhes musculares do corpo é outra ideia genial, pois as carcaças musculares se sobrepõe, levando a um estado de NUDEZ totalizante. O triunfal triângulo também está nos contornos do desenho, feito de forma pioneira, com elementos de chumbo em sua composição, dando um ar de esfumaçado e sépia às cores do artista. Blake experimentava como um alquimista as composições e jogos cromáticos. Vejam, com atenção, que o desenho se bifurca em dois triângulos, um de matiz azul escuro e outra, inferior, de cor cobre. É uma delícia aos olhos vislumbrar esta nudez!



Acima, temos mais um magnífico exemplar da perícia e técnicas inovadoras de William Blake, com cores vibrantes os corpos nus, agora de uma espécie de família angelical, remetem à tradição greco-romana, onde a nudez foi tida como uma aliada nas transformações mais essenciais daquelas antigas civilizações.

A nudez é um eterno movimento, é uma constante busca pelo infinito do corpo, a nudez transcende ao próprio corpo, parece nos dizer esta gravura potentosa. Blake continua seu traçado, e a nudez adentra no núcleo familiar, dos infantes aos adultos, a partir da célula mater da sociedade, a mãe, esplendorosa em sua nudez, inclusive como a protetora destes corpos nus, jovens que necessitam de eterna proteção.

A nudez é um forte componente da mensagem artística de Blake, ela garante a irmandade, a fraternidade, eis a mensagem messiânica que insere esta nudez numa tradição da pureza corporal pelo despojamento das vestes. Blake, visto como um místico e visionário, aqui tem na nudez sua companheira segura, seu porto atraente e de um dinamismo onde um corpo nu é visto em todo o seu clamor de liberdade e espontaneidade.

A nudez, em William Blake, é sua companheira de todas as horas, de todos os matizes, em todas as suas qualidades de desmacaramentos de preconceitos e de avanço civilizatório, da convivência entre os corpos, sem as imposições mantidas pelos séculos têxteis que tradicional e conservadoramente amarram as conquistas da humanidade. Se a nudez não é uma solução, sem dúvida ela é uma alternativa. Blake, o poeta naturista, enxergava além.





Canções da Inocência e Experiência, livro totalmente ilustrado por Blake, e mais uma vez ele coloca no mais alto degrau estético a NUDEZ, a nudez que ele semeou em nossos corações e nos de seus contemporâneos, num Iluminismo revigorado pelas imagens onde o ser humano é resgatado em sua essência, a nudez, capaz de tornar este homem um dinâmo em eterno movimento, e seu corpo nu, torná-lo-ia em arauto de uma aurora em estado de fogo, fogo que incinera as vestes e libertaria o homem de suas amarras.

*Jorge Bandeira é autor do Cordel “Luz Del Fuego: pioneira do nudismo no Brasil”, publicado pela editora Acauã, de Fortaleza, em 2005.

domingo, 16 de janeiro de 2011

LUZ DEL FUEGO: A Pioneira do Nudismo no Brasil





Jota Bandeira
TRANSLÚCIDA LUZ


O Louco: “Dia virá em que não haverá tecelões e ninguém para usar roupas. Todos nós ficaremos nus sob o Sol”.

(primeira fala deste personagem no início do texto “Lázaro e sua amada”, de Kahlil Gibran, em sua única obra escrita para o Teatro).

“Nu saí do ventre de minha mãe, e nu tornarei para lá” (Livro de Jó 1-21)
“Nu eu nasci, e nu me encontro: não perco nem ganho” (Miguel de Cervantes)
ESTE CORDEL É DEDICADO A JOÃO CARLOS e EDVAL FONSECA.



1


Amigos de todo Brasil

O relato que vou contar

Dá conta de certa mulher

Corajosa no seu lutar

Batalhou por uma nobre causa

Sua bravura foi exemplar



2



Ela era idealista

Disso eu tenho a certeza

Percalço encontrou na vida

E nela não teve moleza

Lutou pelo nudismo

Entrou na causa com firmeza



3



Nasceu como Dora Vivacqua

Há muito tempo atrás

Em 21 de Fevereiro de 1917

Não esqueço a data jamais

Quando nasceu Luz Del Fuego

Para o nudismo e seus ideais



4



Era uma capixaba

Natural do Espírito Santo

Da cidade do Rei Roberto Carlos

Dois artistas do mesmo canto

Dora iria ser Luz Del Fuego

E como Roberto causaria espanto



5



Cachoeiro do Itapemirim

Era sua cidade natal

Amava sua irmã Mariquinhas

Que para ela não tinha igual

Mariquinhas era musa de Drummond

O nosso poeta genial



6



No começo dos anos 20

A família Vivacqua se muda

Escolhe Belo Horizonte

Para continuar sua luta

A nossa futura Luz

Começa a ficar desnuda



7



Foi necessária uma ajuda, que

Um serpentário lhe inspirasse

Para que Dora Vivacqua

Das serpentes se aproximasse

E seus posteriores números

E musicais, a todos arrebatassem



8



Conheceu nossa menina

O Instituto Ezequiel Dias

Seu passeio predileto

Muitas vezes foi com as tias

Vislumbrar aquelas serpentes

E nos seus olhinhos brotavam alegrias



9



A bolsa de Nova York quebrou

Era 1929, ano do famoso Crack

O capitalismo pedia socorro

Quem for pobre que se esmague

Os Vivacqua voltam pra Cachoeiro

Cidade que só possuía um parque



10



Etelvina, mãe de Luz

Ficou perto de Antônio, seu marido

O pai de nossa futura Luz

Era um homem embrutecido

E jamais permitiu às filhas

Que ficassem nuas, sem vestidos



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Dora Luz entra na adolescência

Demonstrando um gênio forte

Não agüentava desaforos

E também tinha muita sorte

Ordens e opiniões só aceitava

Se na sua vida não fizessem cortes



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Mesmo jovem já andava nua

E escandalizava toda meninada

No quintal da casa brincava

Como Deus a fez, pelada

Não gostava de usar roupas

Que ficavam dias sem serem lavadas



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Em agosto de 32, seu pai Antônio

É assassinado por inquilinos de seus terrenos

A pacata Cachoeiro estava perigosa

A morte não os deixou serenos

Etelvina volta para Belo Horizonte

Buscando para família ares amenos







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Dora Vivacqua, futura estrela

Sente-se sufocada com tantos atritos

Sua vida seria na cidade maravilhosa

Onde ela poderia soltar seus gritos

E pela liberdade da nudez

Planejar inclusive seus escritos



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Sua meta era o Rio de Janeiro

Que ela não tirava da visão

Apesar de seus poucos 15anos

Pensava no Rio em chegar de avião

Só sossegava quando a cabeça

Sonhava com a Guanabara, sua paixão



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Dora odiava usar sutiã

Ela gostava era de estar nua

Pela praia de Marataízes

Improvisava as roupas suas

E isso quando o biquíni

Não existia, não se via nas ruas



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Chega na Capital Federal

Sob a tutela de seu irmão Attilio

No Rio Dora se transforma

Adorava jogar seus brilhos

A gênese do nudismo no Brasil

Começa a assentar seus trilhos



18



Com 19 anos vive um romance

Com tal José Mariano

De família importante no Rio

Coisa que não agradou seu mano

Foi por isso que Attilio, seu irmão

A mandou de volta para Minas, sem engano



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Em Minas uma desgraça acontece

Sua irmã Angélica, atônita

Flagra seu marido Carlos com Dora

Numa visão que lhe deixa afônica

Ele bolinava Dora, a seduzia

Numa cena forte, crônica



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A família fica a favor de Carlos

E considera Dora mentirosa

No Hospital Psiquiátrico Raul Soares

A confinam de maneira dolorosa

É tida como esquizofrênica

E por dois meses sua vida ali será pavorosa



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Preocupado com a irmã Dora

Depois que ela saiu do internamento

Seu irmão Achilles lhe faz um convite:

Vá para fazenda de Archilau ter novo alento

Lá você vai respirar um ar puro

Vai descobrir novos encantamentos



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E na fazenda de seu outro irmão

Dora aparece como Eva

Coberta somente com 3 folhas de parreira

Caminhando naturalmente na selva

O filho do administrador a viu nua

E nem precisou se esconder atrás da relva



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Aquilo Archilau não aceitou

E por ele Dora foi repreendida

Ela não contou duas vezes

Jogou-lhe um vaso na cabeça partida

Aquele ato trouxe-lhe conseqüências

E lá vai Dora pra outro hospício, ressentida



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Agora nossa Dora Vivacqua

Que será conhecida como Luz Del Fuego

É internada no famoso hospício

Casa de Saúde Dr. Eiras, no desassossego

Seu espírito rebelde produzia vôos

Imprevisíveis como os do morcego



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Dessa vez é sua irmã querida

Por quem tem uma profunda admiração

Que resgata Dora do hospício

Levando-lhe para outra estação

Em sua cidade de Cachoeiro

Mas Dora foge desesperada e chega ao Rio num lotação



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Dora no Rio de Janeiro

Reata sua relação com Mariano

Sem oficializar sua união

Era livre e não queria nenhum dano

Para sua vida pelo casamento

Não queria entrar pelo cano



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Tentou ser pára-quedista

Porém Mariano a impediu

Aceitou e viu no pedido dele

Uma demonstração de amor juvenil

Como aquele de ideais

De paixões, de uma vida pueril



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O amor furacão de Mariano

Só agüentou algumas estações

Até que Dora resolve entrar na dança

Que todos sabem era uma de suas paixões

O ciúme doentio de Mariano

Começará a lhe trazer aporrinhações







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Mas ela não desistiu da dança

E na Academia Eros Volúsia

Continuou seu curso brilhante

Dançando com muita astúcia

Não deu a mínima ao ciúme de Mariano

Era uma leoa por dentro de um ser de pelúcia



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E assim acontecia

Na vida desta de nome Dora

Porém Luz Del Fuego irá chegar

E é pra já e agora

Uma nova fase em sua vida

De Dora o nome ela joga fora



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Era o ano de 1944

Faltando mais um para a Guerra acabar

Que um nome começa a aparecer

Luz Divina espera triunfar

E no circo Pavilhão Azul

O público irá lhe aclamar



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Atenção, senhoras e senhores

Vejam só que mulher exótica

Carrega suas incríveis serpentes

Vejam, isso não é ilusão de ótica

É a corajosa bailarina Luz Divina

Com cobras verdadeiras e não robóticas



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Era a maior atração do circo

Nas noites de espetáculos

Luz garantia um bom público

A casa lotava sem obstáculos

Para ver Luz e suas jibóias

Que fazia inveja aos homens másculos





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Era toda encantamento

A sua dança provocante

Na companhia de duas cobras

Seu número ficava mais excitante

Cornélio e Castorina, ora vejam

Eram os nomes dados àquelas rastejantes



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Quando termina a 2A Guerra Mundial

Dora anotava tudo em seu diário

Suas experiências pessoais, viscerais

Dariam boas matérias para um noticiário

Era o começo do que viria a ser

Um livro que não tirou de seu imaginário



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Sim, podem ter certeza

Nossa artista era sedutora

Seu livro “Trágico Blecaute”

Foi lançado por uma editora

Mulher de muitas virtudes

Nossa nudista maior era escritora



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Em 1947, por sugestão de um amigo

Que era palhaço e se chamava Cascudo

Luz Divina virou Luz Del Fuego

“Nome estrangeiro atraía público graúdo”,

Tanto insistiu Cascudo com Luz

Que seu nome artístico teve um novo atributo



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Luz Del Fuego era o nome

De um batom argentino novo

Que apareceu no Brasil nessa época

De brilho forte e vistoso

Era chamativo como nossa estrela

Que foi artista num período majestoso



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O fogo era representativo

Pois sua vida era uma labareda

Sua nova opção de vida

A fez conhecida nas alamedas

A Vivacqua “água viva”

Deu lugar ao Fuego e sua destreza



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Trabalhando em vários circos

Luz os ajudou com as “casas cheias”

Livrando da falência muitos deles

Fez muita gente ganhar o seu “pé de meia”

E assim ia levando a vida

De artista nos palcos tecendo teias



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E como boa fiandeira

Conseguiu um bom contrato

No Teatro Follies

Onde representou mais de um ato

Naquela Copacabana ensolarada

Luz viu nascer seu estrelato



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Um garoto de 12 anos

Era responsável pelas falas e apontamentos

Que Luz jamais decorava por inteiro

Ela improvisava sem ressentimento

O nome deste menino? Daniel Filho, ele mesmo

Que na Rede Globo foi um grande talento



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A imprensa alardeou

O espetáculo “Mulher de todo mundo”

Luz Del Fuego era sensação

Sua família sentia no fundo

Que toda essa fama de artista

Para seus inimigos poderia virar um trunfo



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Seu irmão Attilio era senador

E esse “ba-fa-fa” não era bom

Ter uma irmã que dançava nua

Em seus ataques esse seria o tom

Esses políticos nunca entenderiam

O que é uma artista ter um dom



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Iluminar e dar alegria ao povo

Seria a missão dessa bailarina

Que em seus números ficava seminua

O braço do povo seria sua sina

E com isso seu irmão senador

De bondoso passou a ranzinza



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Attilio não perdeu tempo

Para abafar qualquer reboliço

E do livro de Luz “Trágico Blecaute”

Da edição primeira deu um sumiço

Queimando mais de mil exemplares

Parecendo um inquisidor suíço



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O diário escrito por Luz

Trazia fatos comprometedores

Como a sedução do cunhado

Que de Luz foi uma das dores

Sem contar uma assumida prostituição

Que pelo livro criava dissabores



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Contando esta história

Vocês irão me dar razão

Uma pessoa só vence na vida

Com amor e dedicação

Mesmo que seja pelo nudismo

Que no Brasil sofre discriminação



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Os anos 50 estão chegando

E nossa artista se consolidando

A naturalista e vegetariana

A passos largos vai andando

Criando fama e admiração

Também seus inimigos vão tramando



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Contra ela falam de tudo

De depravada a pessoa devassa

E nisso essa mulher de fibra

Esperneava e achava graça

Suas idéias eram originais

Sua arte a todos abraça



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Com o lançamento de seu livro

O já falado “Trágico Blecaute”

Suas intervenções serão lidas

Começarão novos embates

Os defensores da falsa moral, puritanos

De Luz farão o alvo de seus disparates



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Para nossa defensora

O nudista é aquela pessoa

Que acredita que as roupas

Com toda pompa de quem a veste ressoa

Não significa moralidade

E desta falsa visão ela caçoa



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Não acha que o corpo humano

Que é considerado por muitos profano

Tenha partes indecentes

Que se precisam esconder com pano

E disso estava tão convicta

Que não demonstrava desengano



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No Brasil daquela época

Onde até o maiô era imoral

Imaginem vocês, leitores

O que Luz deve ter feito para ganhar moral

E fazer com que o nudismo

Entrasse na discussão nacional



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Começou então Luz Del Fuego

A reunir um grupo de amigos

Na praia de Joatinga, deserta

Onde praticava naturismo aos domingos

Levava alguns cães para proteção

E seus amigos Lana, Gilda e Domingos



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Miss Lana e Miss Gilda

Eram transformistas assumidos

Domingos Risseto era artista

De Luz eram muito queridos

Estes pioneiros do nudismo

Eram naturistas aguerridos



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Para garantia contra os abelhudos

Que perturbam sempre os pelados

Levava também suas serpentes

Cornélio e Castorina sempre ao seu lado

Para evitar um maior atrevimento

Dos que acham o corpo humano um pecado



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Apesar de todo cuidado

A polícia sem engano

Vez por outra levava

A todos nus num ato insano

Para delegacia de bons costumes

Sem terem feito nada de leviano



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Seu segundo livro é lançado

Chama-se “A Verdade Nua”

O título já dizia tudo

O nudismo é uma bandeira sua

Ele lhe dá evidência

Seu nome de novo ganha as ruas



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É um livro autobiográfico

Feito com toda dedicação

As bases da filosofia naturista

Estavam entrando em ação

Até o integralista Plínio Salgado

Ao posfácio deu sua contribuição



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Foi outra obra perseguida

Sofrendo com a censura

As autoridades a bloquearam

Levantando suas injúrias

Ninguém achava o livro

Só no reembolso sua compra era segura



62



Já conhecida no Brasil inteiro

Luz levava todos ao delírio

Era o tempo das vedetes

Mulheres que aos olhos eram colírio

Mara Rúbia, Virginia Lane e Dercy Gonçalves

Todas figuras de intenso brilho



63



No mundo das vedetes

Luz Del Fuego brilhava

Foi na época de Elvira Pagã

Sua maior rival, que admirava

Época de grandes espetáculos

Nos anos 50 ninguém as vaiava



64



Foi capa de revista famosa

A LIFE dos Estados Unidos

Todos queriam sua presença

Seu cachê era garantido

Caprichava nas apresentações

Onde seu corpo era exibido



65



Sua vida era agitada

E disso tirava proveito

Nunca se amedrontava

Peitou delegado, juiz e até prefeito

Tudo lutando pela causa

Do nudismo que para ela era perfeito



66



Seus irmãos se davam bem

Na política, comércio e no social

E achavam que Luz Del Fuego

Manchava seus nomes como um vendaval

Que passava destruindo tudo

Até mesmo o baluarte da falsa moral



67



Attilio como senador

Era o que mais se sentia difamado

Por ser irmão da famosa artista nua

Os adversários o haviam caçoado

Perdeu uma eleição por isso

A oposição o havia molestado



68



Diziam que sua irmã

Era uma mulher do demônio

Que dançava nua nas ruas

Acabando com o matrimônio

Attilio ficou furioso

E perseguiu Luz e seu patrimônio



69



Com tanta perseguição

Luz resolveu revidar

Antes de ser surrupiada

Nua ameaçou dançar

Nas escadarias do senado

Fazendo Attilio se calar



70



Em matéria de dinheiro

Falava ironicamente de seu jeito

Que seu banco preferido

Tinha o nome de preconceito

E era mantido por seus irmãos

Que mazelas a tinham feito



71



Enquanto isso acontecia

Luz continuava na vida animada

Cercava-se de amigos gays

Seus shows eram festas lotadas

Sempre com seu parceiro de palco

Domingos Risseto, camarada



72



O grande feito político

Na vida desta figura

Foi criar um partido nudista

Que seria banido pela censura

O Partido Naturalista Brasileiro

Que no nudismo tinha lisura



73



Angariava fundo ao PNB

Dançando nas escadarias

Do grande Teatro Municipal

Seminua ouvindo baixarias

Dos falsos puritanos de plantão

O que só aumentava suas estripulias







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O PNB não durou muito

Nem mesmo foi registrado

Graças à ação de Attilio

Seu irmão desalmado

Que tudo fez para o Partido

Seu registro ter sido negado



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O legado do naturismo

Filosofia e ética de vida

Onde todos estão nus

A nudez é coletiva

Faz com que Luz

Tivesse uma nova iniciativa



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E Luz não estava parada

Mesmo com o fim do partido

Seduziu o Ministro da Marinha

Um velho seu conhecido

Os passos estavam dados

Para sua ilha de nudismo ter surgido



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Ganhou assim a cessão

Da Ilha Tapuama de Dentro

O porto seguro do nudismo

Que para os pelados era um alento

Ali o nudismo brasileiro

Existia com bons ventos



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Logo a Ilha foi batizada

Como Ilha do Sol, um paraíso

Nome dado por Luz Del Fuego

Que do nudismo fez um atrativo

Todos por ali sabiam

Ficar nu na Ilha não era ato apelativo



79



A Ilha do Sol ficou famosa

Virou atração na Cidade Maravilhosa

Mesmo não fazendo parte

Do turismo, era não oficiosa

Por ali passaram as estrelas

Com suas famas luxuosas



80



Lendas do cinema americano

Passaram pela famosa ilha

E só entravam nela nus

Mesmo que fossem em família

Dos velhos às crianças

Andavam pelados em suas trilhas





81



No final dos anos 50

A ilha teve seu apogeu

Recebendo inúmeros sócios

De famosos artistas àqueles que ninguém conheceu

Suas festas, reuniões e filmagens

A prática do nudismo fortaleceu



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De Errol Flynn

A Lana Turner, astros

A todos acolhia

Suas roupas não deixavam rastros

Ficavam nus com alegria

E ainda faziam bons gastos



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Ava Gardner belíssima

Tyrone Powell magistral

Conheceram a Ilha do Sol

E para lá levaram alto astral

Viveram nus bons momentos

Acharam o local monumental





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César Romero aportou

Glenn Ford caminhou

Andaram nus na Ilha do Sol

A imprensa até noticiou

Luz estava feliz

Seu sonho se realizou



85



Até Brigitte Bardot

Na época uma musa do cinema

Esteve nua na ilha

O que pra ela não foi problema

Era uma nudista conhecida

Ficar nua não era um dilema



86



O fato mais pitoresco

Aconteceu com Steve MacQueen, o ator

Que levou um baita susto

Ficando de toda cor

Acordando com a Jibóia de Luz

Em cima de seu peito com pavor



87



Já com a loira atriz

Jayne Mansfield exibida

Aconteceu uma rejeição

Pois ela não quis ficar despida

E Luz não abriu exceção

Deu-lhe um adeus de despedida



88



Os anos 60 chegavam

E Luz estava envelhecendo

Seus amantes ricos influentes

Aos poucos foram desaparecendo

Só lhe restando a Ilha do Sol

E poucos nudistas por lá aparecendo



89



Começou então o envolvimento

De Luz com Júlio pescador

Que era forte e analfabeto

Ficando ao seu dispor

Os dias de glória de Luz

Perdiam o seu esplendor



90



O último amor de Luz

Foi um guarda portuário

Chamado Hélio Luís da Costa

Homem de hábitos vários

Deixando os poucos amigos de Luz

Preocupados e muito temerários



91



Os amigos receosos

De algo acontecer

Com Luz, sozinha na ilha

Sem ninguém a lhe socorrer

Se acontecesse algo grave

O que não demorou a se suceder



92



Que os amigos nada temessem

Luz falava categoricamente

“Sou uma Luz que não se apaga”

Dizia de forma convincente

E assim foi levando a vida

Não dava trela ao perigo eminente



93



Era o ano de 1967

O trágico fim se aproximava

Pois sua morte foi tramada

Luz seria assassinada

Em 19 de julho deste fatídico ano

E a polícia não pôde fazer nada



94



A vingança foi a causa

De sua cruel morte

Junto com seu caseiro Edgar

Luz não teve nenhuma sorte

Dois irmãos assassinos

Nos corpos deixaram profundos cortes



95



Os nomes de seus algozes

Resolvi deste cordel omitir

Pois não quero que os mesmos

Fiquem impressos ao porvir

Suas ações fizeram um luto

Que o nudismo custou suprimir



96



Depois de ter sido “convertido”

Um dos assassinos escreveu

Um relato descarado

De tudo que na Ilha aconteceu

Naquele trágico episódio

Onde Luz Del Fuego faleceu



97



Seu legado inconteste

No nudismo foi fortalecido

E depois da ditadura

Seus trajetos foram reconhecidos

Da praia do Pinho a Tambaba

Novas áreas de nudismo têm surgido



98



No Rio temos Abricó

Em Floripa a Galheta

Todas áreas de naturismo

Onde estar nu não dá “treta”

A vida de Luz Del Fuego

Serve de exemplo e grandeza



99



Passando por Massarandupío

Barra Seca e outros locais

E ainda recantos e clubes

Onde o naturismo possui um cais

Um lugar para aportar

Projetar seus ideais







100



O nudismo tem sido acolhido

Até na floresta amazônica

Lá existe o GRAÚNA

Grupo que faz do naturismo sua tônica

Que busca nas origens indígenas

Uma nudez social orgânica



101



De algo temos certeza

Em relação ao naturismo organizado

Sua força está crescendo

A Lei Gabeira está ao seu lado

Garantindo a todo naturista

O direito de não ser importunado



102



Termino aqui este relato

Da trajetória desta artista formosa

Que do nudismo foi pioneira

E teve vida gloriosa

A todos os meus leitores

Deixo um abraço e uma Luz vistosa.



FIM



Manaus, Março e Abril de 2005.



Bibliografia de referência

AGOSTINHO, Cristina. Luz Del Fuego: a bailarina do povo. RJ, Best Seller, 1992.

Site http://memoriaviva.digi.com.br acessado em 27/3/2005.

Conheça o NATURISMO AMAZÔNICO:

http://www.graunaam.com.br

No Orkut procure a comunidade: NATURISMO EM MANAUS.

Nosso blog: http://naturismoamazonense.blogspot.com

Graúna-Am (Grupo Amazônico União Naturista)

O PIONEIRO DO NORTE NATURISTA NA NET!

Observação: este cordel foi publicado pela Editora Acauã no ano de 2005, sendo lançado com o patrocínio da SONATA, no Estado da Paraíba.

Atualizado em 16 de janeiro de 2011.

Jorge Bandeira:   vicaflag@hotmail.com

sábado, 15 de janeiro de 2011

CONTRA A CONSTRUÇÃO DO PORTO DAS LAJES

O ENCONTRO DAS ÁGUAS AMEAÇADO PELO PORTO DAS LAJES!
(Hoje, com o tombamento do IPHAN do Encontro das Águas como Patrimônio Natural do Povo Brasileiro, está mais díficil a construção desta obra nefasta, porém os interesses escusos continuam a persistir na esfera jurídica, para conseguirem a liberação para tal construção que ataca o ecossistema amazônico! Continuaremos a denunciar e a agir contra esta obra, atualmente paralisada.)
GRAÚNA- GRUPO AMAZÔNICO UNIÃO NATURISTA

Abaixo, a reprodução parcial do nosso folder, divulgado nas ruas de Manaus no dia 21/02/2010, na comemoração do DIA NACIONAL DO NATURISMO.
O Graúna segue as diretrizes da Federação Internacional de Naturismo(INF/FNI), por recomendação da FBrN.

Para saber mais sobre a entidade máxima do Naturismo organizado no mundo, acesse o site:

www. inffni.org
Federação Brasileira de Naturismo (FBrN)

O Graúna é um grupo de Naturismo filiado à Federação Brasileira de Naturismo(FBrN), seguindo todas as diretrizes desta entidade maior do Naturismo organizado no Brasil.

Para saber mais das atividades da FBrN e conhecer as outras associações de Naturismo localizadas no Brasil, filiadas à FBrN, favor acessar ao site:

www.fbrn.org.br

Conheça nosso estilo de vida no Naturismo, venha conosco vestir-se de si mesmo!

Aqui no Graúna sua nudez é respeitada!

Graúna (Diretoria)
Presidente: Iran Lamego
Secretaria/Tesouraria: Nalva
Diretor de Ética: Roberto
Diretor de Esportes: Joel
Diretor de Cultura e Divulgação: Jorge Bandeira

Presidente da FBrN
Sr. José Antônio Ribeiro Tannús(Goiasnat)

“Se você não pode mudar seu destino, mude sua atitude!”
(Amy Tan)

A Cultura indígena em sua Nudez Essencial

A Nudez também faz parte da identidade amazônica!

Informações: (92) 9116-6775

Graúna- Fundado em 25 de Julho de 2003

Filiado à Federação Brasileira de Naturismo (FBrN)
http:// www.graunaam.com.br


21 DE FEVEREIRO

DIA NACIONAL DO NATURISMO
“Naturismo é a prática da nudez social como forma de desenvolvimento da saúde física e mental através da plena integração com a natureza. Tem por intenção favorecer o autorespeito, o respeito pelo outro e o cuidado com o Meio Ambiente.”

(Definição da Federação Internacional de Naturismo - INF/FNI)

“Você deve fazer a coisa que você pensa que você não consegue”
(Eleanor Roosevelt)

Manaus-Amazonas

21 de Fevereiro

Neste dia, no ano de 1917, nasceu a capixaba de Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo (terra também de Roberto Carlos, Rubem Braga e Sérgio Sampaio)DORA VIVÁCQUA, que ficou conhecida artisticamente como LUZ DEL FUEGO. Considerada como uma pioneira em diversas frentes no Brasil, no campo AMBIENTAL, no movimento das MULHERES, nas inovações na ARTE DA DANÇA no Brasil, e especialmente no NATURISMO, movimento que consolidou no Brasil nos anos de 1950, com sua famosa ILHA DO SOL, onde o naturismo brasileiro ficou conhecido internacionalmente. O local foi visitado por diversas estrelas do cinema, que se sentiram atraídas pelo trabalho desenvolvido por LUZ, que incluía a conservação ambiental e de proteção aos animais, vegetarianismo, nudismo(vida ao ar livre),cineclubismo. A atriz e vedete Luz Del Fuego também foi a fundadora do PARTIDO NATURALISTA BRASILEIRO(PNB), criação pioneira no mundo que aliava uma sigla partidária aos preceitos do Naturismo Familiar. Seu trabalho foi combatido por muitos conservadores. Ela foi brutalmente assassinada no ano de 1967, morte ocasionada por sua ação contra a pesca predatória com explosivos que eram feitas nas imediações Da Ilha do Sol, causando a insatisfação de seus agozes.

SALVE 21 DE FEVEREIRO, DIA DE LUZ, DIA DO NATURISMO BRASILEIRO.

PARTICIPE DETA IDEIA! A VIDA LHE ESPERA!


O GRAÚNA É A FAVOR DO TOMBAMENTO DO ENCONTRO DAS ÁGUAS COMO PATRIMÖNIO NATURAL DO BRASIL.


LUZ DEL FUEGO, PIONEIRA DO MOVIMENTO AMBIENTAL E NATURISTA NO BRASIL.
“Um nudista é uma pessoa que acredita que a roupa não é necessária à moralidade do corpo humano. Não aceita que o corpo humano tenha partes indecentes que se precisem esconder. Sabe, entretanto, diferenciar uma exposição NATURAL de uma indecente.”


(LUZ DEL FUEGO, Magna Carta do Nudismo)


O Graúna apóia o processo de Tombamento do Encontro das Águas como patrimônio natural,pois considera o ENCONTRO DAS ÁGUAS um símbolo cultural e histórico, representando o equilíbrio da natureza e um “cartão postal” que não pode ter retoques em sua VISIBILIDADE, o que acarretará, segundo TODOS os estudos científicos realizados, a perda e degradação deste ambiente natural e a conseqüente quebra do ecossistema, resultando em conseqüências ambientais e sociais inimagináveis.

AJUDE NA CONSERVAÇÃO DESTE PATRIMÔNIO AMAZONENSE.

GARANTIR O ENCONTRO DAS ÁGUAS, NAS DIVERSAS PARTES DO ENTORNO DE MANAUS, É PRESERVAR A VIDA PARA AS FUTURAS GERAÇÕES!

VOTE A FAVOR DO TOMBAMENTO DO ENCONTRO DAS ÁGUAS COMO PATRIMÖNIO NATURAL DO POVO AMAZONENS

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A NUDEZ NA ARTE E NA VIDA

Por jorge bandeira*

A nossa existência tem sido condicionada por normas e regras, e desde nossa formação elementar nos deparamos com situações que nos colocam à prova, em especial quando nossa nudez é posta em circulação além das quatro paredes em nossas casas e seus aposentos. Quebrar esta regra é a tarefa de um ser humano além de seu limite, um ser naturista, um solitário nesta sociedade têxtil. A visão deste cognominado naturista é feita de um recurso capaz de inocentar o paradigma do pecado que é perpetrado de maneira capciosa por uma sociedade que insiste na culpabilidade dos que estão nus, inevitavelmente vítimas de chacotas e outras aleivosias, calúnias e adjetivos pejorativos, como por exemplo exibicionistas, tarados, recalcados, amorais, etc. A nudez, que fique claro, é nesta visão simplista e preconceituosa, uma ação de transloucados, afeminados, machões tarados e uma fauna indescritível de psicopatas que deveriam ser banidos da face da terra. Não é um exagero, infelizmente não. O critério de normalidade nesta sociedade é feito um mundo de ponta-cabeça, tal qual um teatro do absurdo repetido diversas vezes, com cenas de incoerência e com mazelas disfarçadas de atos legais. O atentado ao pudor é um crime tipificado, mas a dança erotizada de crianças e jovens em roupas minúsculas, balançando as nádegas e simulando sexo nas coreografias de axé ou pagode universitário pode ser apreciado por todos, sem nenhuma recriminação. O importante nesta hipocrisia é que a nudez não seja projetada aos olhos “puros” e imaculados dos espectadores, inocentes totais nesta vida tão normal e pacata. Aos naturistas restou o medo, a dissimulação, e talvez por isso a maioria dos naturistas estão na “melhor idade”, gozando de seu naturismo em estado de aposentadoria, quando as perseguições e calúnias estão anuladas ou minimizadas pela situação de estar livre de sansões da legalidade jurídica e outras variantes de um contrato ainda vingente entre o trabalhador e o seu patrão. Esta é a situação, e não adianta mudar de uma hora para outra este panorama triste em que nosso movimento naturista se encontra ao longo de sua história de avanços e récuos históricos. Assisti hoje, em frente ao famoso Teatro Amazonas a um exemplo disso que relatei acima, diante de um público atento, durante um festival de dança local, jovens na faixa etária de 12 a 15 anos dançavam provocativamente, com esfregações de genitalias, bundas, seios, o que era, a despeito da dança com vertente de axé music, uma esculhambação mesmo. Isso pode, pois todos estavam vestidos com aqueles figurinos ridículos, com a bunda balançando de um lado a outro, sem escrúpulos. Isso pode, sem problemas, ainda mais com as letras de um teor malicioso e os cabelos no estilo consagrado pelos jogadores de futebol, o moicano. Isso pode. A nós, pobres naturistas, resta a clandestinidade ou o medo, e enquanto a Lei do Naturismo fica na gaveta, nossa nudez será refém desta situação humilhante.



*Fundador do Graúna, Grupo Amazônico União Naturista, vice-presidente da FBrN.

Manaus, 9 de agosto de 2010 – dia internacional dos povos indígenas.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

HOUSES OF HOLY(1973)/ LED ZEPPELIN (CAPA SEM CENSURA E CAPA CENSURADA)


O ENCARTE ENCANTADOR DE HOUSES OF HOLY DO LED ZEPPELIN

A NUDEZ INFANTIL EM LED ZEPPELIN

Jorge Bandeira*

Em meados da década de 1970 o grupo de rock Led Zeppelin, expoente maior do nascente rock “pesado”, era conhecido mundialmente. Jimmy Page(Guitarra), John Bohann(Bateria), John Paul Jones(Baixo), Robert Plant(Vocal) eram os músicos desta consagrada banda, e que tiveram capas de seus discos elaboradas de forma antológica, uma dessas capas foi a de HOUSES OF THE HOLY (Casas Sagradas), com duas crianças nuas como modelos.

Vale lembrar que esta capa foi censurada em alguns países, como por exemplo a região Sul dos Estados Unidos, a Espanha e até mesmo no Brasil da época da ditadura a capa foi sutilmente censurada, onde em algumas edições um selo ridículo cobria o quadril da garotinha nua do primeiro plano, e no lugar de seu bumbum o selo trazia o nome do grupo Led Zeppelin e o nome do álbum Houses of the Holy, assassinando, assim, a bela imagem integral do fotógrafo e do ilustrador, acabando com a aura de mistério que a capa determinava, especialmente pela visão mística de Jimmy Page, o maior interessado em ciências Ocultas da importante banda.

As crianças que aparecem multiplicadas na capa de referência à nudez e ao sagrado do Led são os irmãos stefan e Sam Gates, hoje Stefan é apresentador de um programa de variedades sensacionalista, tem 40 anos hoje(2010) e sua irmã Sam, que aparece nua na capa com ele, escalando a montanha sagrada, tem hoje 42 anos. Na época stefan tinha 5 anos e Sam, 7 anos.

O local das fotos foi o monumento holístico Giant’s Causeway, na Irlanda do Norte. As fotos iniciais foram feitas pelo fotógrafo Aubrey Powell, da empresa artística Hipgnosis, que fazia também algumas capas de disco para o Pink Floyd. Trata-se, artisticamente, de uma fotomontagem, onde as fotos das crianças nuas foram multiplicas sob diversos angulos, aplicadas em seguida numa foto de plano geral do monumento sagrado arqueológico, trabalho feito minuciosamente pelo artista gráfico Phil Crenwell, bem antes dos fantásticos recursos oriundos da era da informática, como o photoshop, por exemplo. Foi um trabalho de certa forma artesanal, de difícil execução e acabamento.

O resultado final, que você comprova acima, é de enebriar os olhos. É arte pura e delicada, como as imagens das crianças nuas, que sobem as encostas sagradas, numa pureza natural e ao mesmo tempo misteriosa. A nudez, aqui, é a representação deste rito iniciático, onde a nudez infantil é tida como usufruto natural e espontâneo, onde a imagem da pureza confunde-se com as do monumento, crianças nuas e pedras permanecem assim, lisas e nuas, até o infinito de nossas mentes.

Por trás desta escalada de religar o ser humano ao cosmos, eis o Sol, nosso símbolo maior do Naturismo. A ligação perfeita entre a natureza, o mistério da existência e as crianças em toda a espontaneidade e deslumbramentos. A inspiração para esta capa foi o conto de Arthur C. Clarke, o gênio literário da Ficção Científica, o conto chama-se “Childhood’s End”, onde uma família nua(naturista) escala um monumento sagrado.

Arte e nudez irmanados e que hoje são verdadeiros clássicos da produção gráfica e fotográfica. As músicas do Led Zeppelin merecem outros estudos, mas esta capa, singela, bela e que insere a nudez infantil de forma tão mágica e elegante, nos permitem considerar a possibilidade de avistar um mundo melhor, pela opção pela nudez verdadeira e transcente, feita a das crianças nuas que se verticalizam até o infinito, numa viagem e peregrinação em busca de algo que se perdeu ao longo do avanço civilizatório, e do qual a nudez, em certo sentido, ajudaria ao ser humano encontrar, por trás das montanhas sagradas das sensações.

*Jorge Bandeira é escritor e crítico de arte, naturista e um dos fundadores do GRAÚNA, Grupo Amazônico União Naturista.

Manaus, 28 de setembro de 2010.

Contatos com o autor: vicaflag@hotmail.com

Site do Graúna: http://www.graunaam.com.br

LEITURA DE GIBRAN AO NATURAL/COLETIVO ARTÍSTICO GRAÚNA

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

COLETIVO ARTÍSTICO GRAÚNA NO COLETIVO DIFUSÃO


O fotógrafo Sandro Furtado registrou várias fotos da Performance "Nus, Caminhos de Gibran", no evento de abertura da exposição GIBRAN, NUDEZ METAFÍSICA, NUDEZ NATURAL, do Coletivo Artístico Graúna, em março de 2010. Aguardem que postaremos as fotos que podem ser divulgadas neste blog! Jorge Bandeira/Manaus/Amazonas

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

PINTURA CORPORAL NO GRAÚNA


Durante todo ano realizamos concursos e torneios esportivos e culturais.