terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

ODE A LUZ DEL FUEGO EM SEUS 94 ANOS (IN MEMORIAM)

Manaus, 22 de fevereiro de 2011




Oi Dora, Oi Luz Del Fuego, ontem, 21 de fevereiro você fez mais um aniversário, e por isso escrevo esta pequena cartinha para lhe falar deste mundinho, que está cada vez mais louco, e também de teu amado Naturismo, por quem você foi capaz de tudo, acho que até mesmo de morrer por ele. Luz, minha querida amiga, saiba que a Maria Luzia, que nasceu na tua bendita terra capixaba continua até hoje a preservar teu nome por lá, num grupo naturista bastante atuante.

No teu Rio de Janeiro tem um carinha chamado Pedro Ribeiro que é incansável, ele é magrinho mais tem a força de uma onça pintada quando o assunto diz respeito à preservar o valor ético do naturismo. E são tantos e tantos que posso cometer uma injustiça ao esquecer alguns destes nomes que sabem viver a plenitude naturista, com seus erros, limitações, mas com uma vontade danada de trabalhar pelo bem comum, pelo bem do naturismo. No planalto central tem o Elias, o Jaime, a Lili, um grande amigo cujo nome já está nu, o Tannús, esse é naturista até no nome, tá nu a partir da certidão de nascimento.

Pelo Norte desse imenso país que não soube muito bem de teu valor como mulher, artista e escritora, tem um tal de João Carlos acredita ainda neste naturismo feito de irmandade, é um batalhador, como tu mesmo foi, uma guerreira índia capixaba, nua, levantando-se sempre das infinitas quedas que a fizeram cair, mas não recuar. Teu horizonte, Luz Del Fuego, sempre ultrapasso vastas colinas de sofrimentos e os mais arriscados obstáculos. Dentre outros que trilham pela tua estrada iluminada temos um Flaviano, verdadeiro arqueólogo da memória naturista. Voltando ao Rio de Janeiro é de bom tom citar também o Paulo Pereira, que tu conheceste nos tempos gloriosos de tua vida exemplar, homem de vasta cultura e dedicação integral ao bom e velho naturismo, este conceito de mais de um século.

Temos muitos que te veneram, mas não como uma imagem inerte, perdida no tempo, nas ruínas da Ilha do Sol, recentemente visitadas pela equipe do Pedro, com olhos vivos e nus, esperando pelo porvir, para um possível museu, um centro cultural de memória permanente dos rastros que deixastes para nós, os naturistas do século XXI. Fabri, Armando, Weslley, Damasceno, Valdir e Fátima, Márcio Braga, Padre Roberto, o saudoso Sérgio Oliveira, Celso Rossi, Carina e Marcelo, Eta, Glacy, Iran, são tantos os nomes que circundam este continente chamado Brasil com a nudez de seus corpos, que adoram ficar nus, que a cada encontro naturista relembram de teu legado, de tua solidez na busca deste verdadeiro ideal, dos longos momentos de tua glória artística, e também dos desafios, hoje mais do que nunca somos obrigados a esclarecer pela milésima vez sobre o poder benéfico do bom e salutar naturismo, de sua força centenária, de sua história, de sua trajetória.

Eu mesmo já pensei em desistir algumas vezes desta tua luta, desta ideia que você disseminou, mas meus sonhos não permitem, nos meus sonhos sempre estou nu, no meio de outros corpos nus, que são estes amigos e amigas citados e os que nem citei aqui. São eles que me fazem prosseguir esta jornada, em busca de minha utopia e felicidade, posso afirmar que hoje sem minha nudez sou um homem vestindo nada, mesmo estando de roupa, que não me representam em nenhum momento. Hoje, graças a ti, sou feito de nudez total, na entrega por um ideal. Ou seja, minha nudez é minha principal vocação. Minha nudez é meu oxigênio!

Tantos nomes que até hoje me fazem clamar em voz alta, para nossas fileiras combativas Zé Wagner, Julíndio, Paulo Campos, Nalva, minha grande amiga feita de uma nudez indígena que me faz acreditar que estamos nos caminhos da segurança ao naturismo familiar. Luz Del Fuego, minha amiga que já se foi mais que está sempre presente em minha mente, garanta que as novas gerações, dos mais diversos estados brasileiros, continuem a levar esta nobre filosofia naturista, pelo teu pioneirismo em várias frentes naturistas, que minha filha Carolina seja uma naturista, que a netinha do Evandro também seja uma naturista, para que essas crianças nos apontem onde erramos, que nos ensinem sempre do sentido infalível da tolerância, do poder do silêncio nos momentos de maior desespero, e que acima de tudo, Luz Del Fuego, que você seja nossa mensageira de um dia melhor para todos, naturistas ou não, e que este mundo descarregue o odioso rancor que transforma os seres humanos em lobos do próprio homem, tal qual o leviatã de Thomas Hobbes, Homo Homini Lupus.

Um retorno para a Idade Média, sim, mais uma cidade medieval feito a Nudelot de Florencia Brenner, nossa irmã portenha, ao mundo tenho a certeza ser o mesmo que almeja meu amigo naturista norte-americano Bruce Willis (não, não é o ator!), este mundo, nobres naturistas, creiam, já está em pleno curso, e estamos construindo com todo cuidado, pois o naturismo precisa de uma fortaleza muito segura para se proteger de todos os que enxergam muito pouco sobre as coisas boas e essências da vida, desta vida plena de nudez e de uma tamanha vontade de ter um mundo melhor. Se esqueci de citar alguém, me perdoem, estou tentando desaparecer com minhas roupas, o que é muito difícil nesta floresta amazônica do século XXI.

*Jorge Bandeira, descendente de índios amazônicos.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

ANA CRISTINA CEZAR - A POETISA NUA

PARA ANA CRISTINA CESAR , UMA POETISA SEM ROUPAGENS


Cada espaço que bifurco neste mundo de tantos ais

São escolhas precisas, que alimentam vendavais

E de ti, mulher, sei de tua nudez capacitada

De grande alcance e iluminada

Era feito um quadro do anjo da Guarda, pregado torto

E na parede de meu quarto, era também um ser afoito

Ana, tua linda letargia de porosidade gramatical

São como um filho A Teus Pés, um ser anjelical

Onde nua, tu, ana, andas ao redor de livros?

Universos que se abriam pelos teu crivos.

Uma foto é apenas um registro da tua nudez

E jamais essa imagem se repetirá, talvez

Seja esse o jogo de sombras da existência

Poetas que atravessam a vida em resistência

Uma poetisa nua despe o mundo de fatalidades

A poesia que fica na pele confirma a genial finalidade.


Jorge Bandeira, Manaus, escrito em 12 de dezembro de 2010. (Série Cavaleiro Solitário e a nudez de poetas)

domingo, 13 de fevereiro de 2011

A NAMORADA NATURISTA DE SYD BARRETT, DO PINK FLOYD.

A NAMORADA NATURISTA DE SYD BARRETT, O CRIADOR DO PINK FLOYD.


A um floydiano de nome Genecy.

*Jorge Bandeira



Eu estava tentando superar aqueles pesadelos que me perseguiam após a saída da banda, o que nem mesmo eu desconfiava. Não esperava ter ido ao fundo do poço sem som algum, sem letras, sem acordes, sem viagens ao meu interior. Os caras não tinham o que inventar, uma estranha sintonia desconectada, talvez pelo uso de certas substâncias que muito me alegraram e que até hoje consomem meus sonhos mais apreciados. A insistência de Roger e David, agora, seria para que eu entrasse naquele estúdio e registrasse algo para a minha alma. Eles sabiam que o elefante efervescente poderia ser domado para este circo da indústria de discos. Neste período conheci Karinne. Ela era nudista, mas me corrigia sempre quando a chamava assim, dizia que o certo era naturista, e que a nudez no caso dela era um complemento perfeito para sua arte, no final de 1967 essencialmente colocada nos palcos e na feitura de livros artesanais de poemas. Karinne adorava ficar nua, e em princípio achei aquilo meio que um exibicionismo gratuito, sem um foco específico. Roger e David, quando entravam em meu apartamento e a encontravam nua ficavam cabisbaixos, mas não demorou muito para que se acostumassem com a nudez de karinne. Eu ficava nu, mas só quando estávamos sós, e chegamos a fazer um ensaio fotográfico juntos, este que vocês estão vendo ilustrando este relato. Ficamos pouco tempo juntos, talvez em virtude de minhas iluminações, que cegavam a todos, ou dos momentos de reclusão interior, quando ficava incomunicável por longo tempo. Nos separamos depois que a prendi neste recinto e passei a alimentá-la com biscoitos, e ficou Karinne nua com seus biscoitos apetitosos. Ela reclamou e foi embora, para não voltar mais. A nudez e a arte dela deixaram resquícios, porém. Muito tempo depois cheguei a ver vários ensaios do Pink Floyd utilizando-se da nudez de forma artística e dinâmica. Um bonito trabalho é aquele das mulheres nuas com as costas pintadas na beira de uma piscina, tendo como motivos algumas capas do Pink Floyd. O próprio Roger usou uma capa com uma mulher nua pedindo carona,usando somente uma mochila nas costas. Karinne é a co-responsável por estas obras, tenho a certeza, mesmo que o ego inflado e Roger e David não admitam, Karinne está lá! O louco Syd não esqueceu mesmo daquela naturista, as fotos um tanto desbotadas daquela sessão memorável não me deixam mentir, Karinne era muito talentosa, além de possuir uma sensibilidade para esta coisa de movimento do corpo. No piso de taco e tecido aveludado daquele recinto esta menina-mulher nua perpetuou sua arte. Digo isso, pois Roger e David tanto insistiram que acabei por lançar (eles fizeram a parte burocrática com a gravadora!) dois álbuns, “Barrett” e “Madcap Laught”. A capa do primeiro tinha a pintura de uns insetos que matei com a bravura de um Dom Quixote e no Louco que ri, o segundo, as fotos de Karinne nua foram incluídas no encarte (a da capa só aparecia eu e um jarro). Karinne nua, sentada num banco alto, um tamborete, no canto do aposento, como se estivesse agüentando a parede para que não caísse sobre nós e nos esmagasse, e eu de mendigo louco, descabelado, um hippie mesmo, um ser feito de psicodelia tentando, com minha bicicleta, deixar uma limonada de bebê para minha querida tia gigôlo. Coisa da vida, e da morte.



Eu falava de Karinne, aquela nudista que passeava pela casa e que não lavava roupas. As dela não precisava, pois ficava nua o dia todo, e as minhas porque ficavam podres mesmo, não fazia questão de que as lavasse. Pedia a Karinne que esquecesse o fogão, a escova e o sabão em pó. Que cuidasse só da arte, pois a vida é passageira, e a arte é um infinito profundo, interplanetário, descomunal. Existia entre nós uma comunhão de propósitos, Karinne nua com seus poemas e coreografias, Barrett com uma música verdadeira, nua. Ao ver a natural nudez de Karinne imaginava em meus sonhos artificiais aqueles índios das florestas selvagens, inóspitas, prendendo Tarzã por usar aquela tanga ridícula. Índios nus que usavam aqueles alteradores de consciência, de percepção, que usei e abusei, tornando-me um diamante louco, como querem David e Roger. Minha lapidação, porém, foi feita por algo que os índios nus não conheciam, não foi o peiote, não foi a mescalina, não foi o yage, não foram os cogumelos, não foi erva alguma, foi um composto criado em laboratório por um certo Hoffmann. Louco, Sem Diamante. Foi como fiquei, (L)ouco, (S)em (D)iamante, e o que seria pior, sem aquela agradável nudez naturista de Karinne, minha companheira de quarto naqueles dias e noites londrinos de eternas viagens ao redor de mim mesmo. Agora penso no jarro, escuro, com aquelas flores claras, de um amarelo pálido, e Karinne indo na outra direção de minha vida. Meu olhar interroga um possível interlocutor, como se perguntasse a ele se nunca viu aquilo, uma mulher nua e um jarro num meio de uma sala vazia. Nua, Karinne desponta da penumbra no recinto fechado, neste quadrado em que me encontro, onde ratos imperam, onde o único livro é um grosso exemplar do Ulisses, de James Joyce. David e Roger hoje estão muito ricos, Mason não sei por onde anda ou o que faz, e o Richard daqui há pouco deve me acompanhar, quando eu conseguir sair deste local, deste quarto interminável. Coisas da vida, e da morte. Karinne nua percorre minha mente, ela anda desenvolta, com muita calma e elegância. Os gnomos do quarto acabaram por quebrar o jarro com suas brincadeiras insanas, tempos depois. As flores do jarro não resistiram por muito tempo e também murcharam, como secaram os meus neurônios. Só restou em minha mente a nudez representativa da paz interior de Karinne, e fico até hoje divagando se tudo ocorresse diferente, como outro. Outrora. Talvez se eu ficasse com karinne, como um casal, por exemplo, John e Yoko, não teria feito um disco com a capa de nós dois nus, dois nus e um jarro de flores desbotadas. Quem o saberá?



O meu vertiginoso pensamento percorre os espaços vazios e amplos daquele recinto, e sinto mais uma vez que Karinne passeia nua aqui, eu não estou só. A nudez dela cheira a alfazema do campo, um perfume agradável, um odor de pele como não se tem ao usar uma roupa, qualquer que seja a vestimenta. Karinne, do alto de seu espírito completa e totalmente naturista dizia que quem veste uma vestimenta veste a mentira, quem usa vestimenta, a veste e mente. Um trocadilho que me deixa encucado até hoje. A música poderia ser nua? Como alcançar um som que nos faça feliz, sem usar nada além do som e de nosso corpo despido? Eu não consegui esta façanha, e Karinne por causa deste vácuo na minha produção, não retornou ao quarto dos biscoitos e do jarro escuro. Roger poderia me dar a resposta, mas ele está muito ocupado contando seu dinheiro e fazendo ópera na selva, na companhia daqueles indios nus, ou que ficavam nus. David está fora de cogitação, está com uma tremenda barriga proeminente e quase careca, e fisicamente ficou um tanto quanto parecido comigo, perdeu sua força junto com suas medeichas que caíram pelo caminho tortuoso do tempo e das intrigas e pelejas pelo potencial de uma marca, de um nome de banda. Trivialidades. Sem a nudez de karinne confesso que fiquei meio perdido, foi como se faltasse uma peça fundamental da roupa de minha mente, e eu chorei esta ausência, a nua mulher menina que eu vi e senti, a menina mulher nua que me fez acostumar com a naturalidade de um corpo nu, desta Eva desgarrada do Éden, que fugiu de Deus e da serpente, e que deve estar em busca de um raro Adão dos séculos vindouros. Sei que entre olhar dois olhos que não se enxergam por entre uma cabeleira despenteada e uma mulher nua, seu olhar dará preferência àquelas protuberâncias que fazem a festa dos olhos gulosos de muitos e de muitas...saiba porém que a dona destes atributos, naqueles anos de psicodelia chamava-se karinne, e que tinha em sua nudez uma força além da limitação destes olhares curiosos e famintos pelo nada. Seu corpo nu almejava somente a nudez, natural, e nada mais.



*Jorge Bandeira é escritor, autor do livro de poemas BELA CRUELDADE.

Manaus, 13 de fevereiro de 2011.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

NATURISMO EM HAI-KAIS

30 HAI-KAIS NATURISTAS


Jorge Bandeira

Sobre os Hai-Kais:

Pequeno poema japonês composto de três versos. No original não tem rima, geralmente presente nas traduções para o Ocidente. O hai-kai ficou popular com a divulgação da obra do poeta Matsuo Bashô, simbolista japonês adepto da Filosofia Zen, no século XVII. Pretendi neste trabalho estabelecer um vínculo entre a tradição e beleza do Hai-Kai com a Filosofia do NATURISMO, igualmente belo.

1

VEJA BEM, OLHA

ENTRE O NU E O VESTIDO

A CHUVA NÃO MOLHA.

2

EMPALIDECER

E NÃO SE DESPIR,

ISTO É PADECER.

3

NO PRIMEIRO AI

DO NU RECÉM-NASCIDO

REFLETE-SE A NUDEZ DOS PAIS.

4

NUNCA TIVE MEDO, GENTE

SE ENCONTRO-ME NU

E OUTRO NU ESTÁ CONTENTE.

5

SE O CÃO É UIVANTE

A LUA, NUA

É O QUARTO MINGUANTE.

6

A HIPOCRISIA NÃO É TUA

SÓ A ESTUPIDEZ DAS PESSOAS

SE APROVEITAREM DA NUA.

7

A VIDA É BELA

BASTA COLOCAR

A ROUPA NA JANELA.

8

NA POÇA DA RUA

A SILHUETA

DA ALEGRE NUA

9

O VELUDO

NÃO CAI BEM,

VIVA DESNUDO

10

NUNCA DESISTA

INSISTA NU

SEJA NATURISTA!

11

MEU SONHO É ISSO,

SEMPRE NU

SEGUINDO MEU RISO.

12

A CIDADE É DURA

NÃO É NATURISTA,

NÃO TEM DESENVOLTURA.

13

A IMAGEM NUA,

VEM E SOBRESSAI

COMO A LUA.

14

ENFIM, NO MEU CAMINHO,

UMA ESTÁTUA EQUESTRE,

COM UM HEROÍ NUZINHO.

15
NÃO É COISA RARA:

TU NU NO ESPELHO

REFLETE NOSSA CARA
16
BRILHA A LUA

ENTRE EU E TU

A VIDA É NUA.
17
CONTEMPLAR NA AREIA

A TUA DOCE NUDEZ

QUE LIVRE PASSEIA.
18
MANTO DE VERDADE:

UM NATURISTA

NA GENEROSIDADE.
19
PRA SER FELIZ DE VERDADE

A NUDEZ EM QUALQUER IDADE

É A GRANDE REALIDADE.
20
A ÁGUA DO CHAFARIZ

BUSCA A BELEZA

DA NUDEZ POR UM TRIZ.
21
MEU PROTESTO NUDISTA

É SÓ ANDAR COM PESSOAS

ALEGRES NATURISTAS.
22
EU VIM COM UM GRITO

NU APARECI NESTE MUNDO

NATURISMO NÃO É MITO
23
PENSEI QUE SOZINHO

FICARIA SEMPRE NU,

ME ENGANEI DIREITINHO.
24
O BOM NATURISTA

FECHA OS OLHOS

ÀS ROUPAS DO TURISTA.
25
O NATURISMO ATENUA

O MEDO DAS PESSOAS

DE FICAREM NUAS.

26

BEM HOSPITALEIRO

NA ENTRADA DA PRAIA

O NATURISTA É CAVALHEIRO.
27

VAI A CRIANÇA NUA

O VELHO IDEM:

NADA SE INSINUA.
28

NU, PELADO

NATURISTAS, NUDISTAS

UMA IDEIA, UM SÓ LADO.
29

FICAR NU É PECADO?

DEVO SER ENTÃO

UM ESTIGMATIZADO.
30

ROUPA SERVE SIM

POR EXEMPLO:

SEPARA VOCÊ DE MIM.
Manaus, janeiro de 2005 (revisado em 10/02/2011)

Jorge Bandeira (e-mail : vicaflag@hotmail.com)

domingo, 6 de fevereiro de 2011

INFORMATIVO DO GRUPO AMAZÔNICO UNIÃO NATURISTA/FEVEREIRO 2011

INFORMATIVO de FEVEREIRO DE 2011
“Naturismo é a prática da nudez social como forma de desenvolvimento da saúde física e mental através da plena integração com a natureza. Tem por intenção favorecer o autorespeito, o respeito pelo outro e o cuidado com o Meio Ambiente.”
(Definição da Federação Internacional de Naturismo - INF/FNI)
Manaus-Amazonas


Data do encontro do Graúna neste fevereiro:
Dia 27 de Fevereiro de 2011 (Domingo)

Local: O tradicional Sítio do Paulo.
Aniversariantes Naturistas do mês:
Grace dia 05/02

Luz Del Fuego (in memorian) dia 21/02


Doações para a nossa natuteca!


O Graúna realmente é um grupo de muita sorte, além de termos um grupo de naturistas valorosos ainda contamos com a ajuda de nossos amigos dos outros estados do Brasil. Recentemente recebemos itens valiosos no formato DVD de dois grandes colaboradores: Flaviano(RN) e João Carlos(PA). Filmes e documentários, de arte, naturismo e questões ambientais, um material de primeira. Por isso que, na medida de nossas possibilidades econômicas, estamos sempre enviando novidades do naturismo amazônico e estes dois amigos colaboradores.


Arte no sítio do Paulo
Todo mês um objeto artístico será “construído” no sítio, aguardem as novidades, diretas da diretoria de cultura!
Luz Del Fuego/Nossos parabéns!
Dia 21 Dora Vivácqua, nossa eterna Luz, se viva fosse, completaria 94 anos. Ficamos agradecidos ao pessoal do OLHO NU (RJ) que realizou uma recente visita em Tapuama de Dentro (que ficou famosa com o nome de “Ilha do Sol”), local onde reinou absoluta nossa querida pioneira do naturismo no Brasil, até 1967, ano de sua trágica morte. O relato e as imagens, além da possibilidade de um sonho de transformar o local num centro cultural e museu do naturismo, me encheram de felicidade. Acredito que esta bandeira de luta, que não conseguimos realizar na gestão em que participei na FBrN, seja um dos pontos das metas de gestão da próxima diretoria. Uma ação cultural de grande monta, com impacto imediato ao naturismo brasileiro. A preservação de uma memória, e de uma obra tão singular como a de Luz Del Fuego, são impactantes. Posso exemplificar com a recente atualização que fiz da obra rara de Luz Del Fuego, “A Verdade Nua”, de onde recebi grandes elogios de algumas celebridades das letras amazonenses, como as de Márcio Souza (escritor e dramaturgo) que demonstrou seu entusiasmo por este trabalho de recuperar um livro tão importante para as letras brasileiras. Foram muitos os elogios, imaginem com a efetivação de um museu e centro cultural, e hoje, com tanto projeto viabilizado pelo MINC, creio que a FBrN pode encampar esta tarefa, de fundamental importância para nós, naturistas.
CINEMA E NATURISMO EM MANAUS
O Cineclube Baré, um dos poucos com atividade regular em Manaus, em parceria com o Coletivo Artístico Graúna, realiza neste mês de fevereiro um ciclo de cinema todo dedicado ao Naturismo, intitulado “Cinema e Naturismo”, com filmes, documentários, debates e entrega de brindes relativos a esta temática. Como não poderia deixar de ser, em cada sessão faremos uma divulgação de nossas atividades com o Graúna, e entregaremos ao público presente o nosso calendário de bolso 2011. Esperamos, assim, aumentar nossas fileiras de graunenses, que a cada mês se renova, com a chegada de novos integrantes. Os dias das sessões de fevereiro são 04, 11, 18 e 25, sempre às sextas-feiras, às 18h30min, no Espaço Cultural da Livraria Valer, na Rua Ramos Ferreira, 1195, Centro. A entrada é franca. O primeiro filme exibido será o documentário NAKED WORLD (O Mundo Nu, sobre a obra do fotógrafo Spencer Tunick, famoso por suas imagens de multidões nuas. Ainda serão exibidos os filmes, A Nativa Solitária, La Fonte de Neiges, Um documentário sobre a Colina do Sol, outro sobre as raízes do naturismo inglês, e também o único registro oficial sobre o naturismo amazônico, dirigido por Peter Dietrich. Agendem e venham conhecer um pouco de nossa História do Naturismo.

Poema da Mutação
Primeiramente tirei os sapatos

Segundamente a calça comprida

Cumpri depois a retirada da camisa

Estes foram os cometidos atos



A cueca foi a última peça retirada

Desta figura agora desmistificada

Um homem escrito com a tinta

Da única verdade, a do corpo, indistinta.



(Jorge Bandeira)

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

NUA NO AR/POEMA INSPIRADO EM PATTI SMITH


NUA NO AR (um poema de Jorge Bandeira)

Sabe aquela onda que percorre teu corpo nu e que te enche de luz?

São artefatos de imagens primordiais, de tempos remotos

E brilham feito uma candeia de estrelas na galáxia de tua pele

Algo como uma transmissão que te acompanha desde teu nascimento

Quando ainda eras uma esfera que buscava um encontro de pulsar

E mesmo assim a nudez te arremessou a este planeta e entre choro e surpresa

Te acalentaram nas primeiras fontes de tua energia crescente

Nudez que te fez caminhar e se banhar e perceber que o olhar te consumiu

Por este motivo despiu-se um mundo e profundo tu sentiu o submergido

E as variações de tuas andanças te fizeram retornar ao nascedouro de Sol

Somente a felicidade não foi possível nesta visão

Nu nunca negarás teu opositor pois ele te pertence

Nus seremos algo que se completa na infinidade

De um raio de Sol que penetra os poros

E que não reflete nada além do próprio ser

Nudez não se traduz: RELUZ.

(Na inspiração da poeta Patti Smith)