domingo, 20 de fevereiro de 2011

ANA CRISTINA CEZAR - A POETISA NUA

PARA ANA CRISTINA CESAR , UMA POETISA SEM ROUPAGENS


Cada espaço que bifurco neste mundo de tantos ais

São escolhas precisas, que alimentam vendavais

E de ti, mulher, sei de tua nudez capacitada

De grande alcance e iluminada

Era feito um quadro do anjo da Guarda, pregado torto

E na parede de meu quarto, era também um ser afoito

Ana, tua linda letargia de porosidade gramatical

São como um filho A Teus Pés, um ser anjelical

Onde nua, tu, ana, andas ao redor de livros?

Universos que se abriam pelos teu crivos.

Uma foto é apenas um registro da tua nudez

E jamais essa imagem se repetirá, talvez

Seja esse o jogo de sombras da existência

Poetas que atravessam a vida em resistência

Uma poetisa nua despe o mundo de fatalidades

A poesia que fica na pele confirma a genial finalidade.


Jorge Bandeira, Manaus, escrito em 12 de dezembro de 2010. (Série Cavaleiro Solitário e a nudez de poetas)

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