sexta-feira, 20 de maio de 2011

QUANDO A MÚSICA EXALA A NUDEZ E A ARTE TRIUNFA

NUDEZ E ARTE PELA MÚSICA DE THE FLAMING LIPS E YEASAYER


Quando a nudez está presente de forma bela num clip musical temos que ter uma atenção especial, pois a arte e o naturismo estão comunados há muito tempo na história da música e dos aparatos da mídia do videoclipe. The Flaming Lips é uma banda que inova, pois este trabalho que pode ser baixado no vimeo com o nome da banda e da canção, Watching the Planets. É uma delícia de clip, onde o grande compositor e vocalista da banda fica integralmente nu no decorrer do clip. Um passeio de bike, uma bolha vaginal que lembra a mãe terra e seu poder de criação uterina, eis um clip que os corpos despidos se relacionam da forma mais natural possível, com júbilo e alegria pelo fato desta nudez ser vitoriosa, onde o terno representa um mundo burocrático e cheio de falsas alegrias, e a selva da bolha vaginal recupera este homem na sua essência básica: a nudez.

Uma música contagiante e um espetáculo visual muito interessante, perfazendo a jornada deste homem que regressa ao estágio primitivo da alegria da nudez, e nisso o vocalista se entrega verdadeiramente ao trabalho do despojamento do superficial, da roupa que lhe rouba, neste caso, sua integridade e sua felicidade. A nudez como estética contracultural de volta, como sempre esteve, a serviço da arte e da união estética das artes e tendo a nudez como base de sustentação de suas aspirações mais felizes. É o recado dado pelo The Flaming Lips , experiências audiovisuais transgressoras sempre são bem vindas no universo das artes.É tempo de nos despirmos do fundamentalismo do consumo. Que o façamos com arte! Afinal, arte, nudez e contracultura se combinam.Entendida na história da arte como referencia de estética greco-romana, a nudez, nos anos 60, manifestou revoluções da época, revestida de atitude crítica e politicamente engajada. Corpos nus como panfletos, discurso, combate e protesto contra a guerra do Vietnã, Apartheid na África do Sul, doutrinas conservadoras e toda espécie de preconceito.

Um contexto social e político de contestação alicerçado pela expressão artística: a contracultura pop. Jimi Hendrix elaborou uma ode ao nu artístico e ao feminismo com as mulheres elétricas nuas e coloridas na capa do seminal “Electric Ladyland”, colocando de vez o rock psicodélico na luta contra o conservadorismo. A nudez do elenco da peça Hair levou a Broadway a aplaudir o lema “Faça Amor Não Faça Guerra”. O nu frontal de Jane Birkin no filme “Blow Up”, de Antonionni, enquadrou a nudez como estética na sétima arte e tirou o conservadorismo da cena cinematográfica.Hoje, no âmbito da cultura de massa, a nudez se tornou um mero recurso apelativo. Como produto massificado, a arte erótica restringiu-se a manutenção de tabus sexistas. Já a contracultura, desconstruída em cultura pop, virou fundamento de padrão de consumo.E aqui estão The Flaming Lips e Yeasayer, então, para dar as boas-vindas à era dos computadores que fazem arte e dos arteiros musicais que fazem dinheiro com música livre. Uma música capaz de criar e recombinar símbolos em sonhos, acordes em palavras, imagens em sons, nudez em mensagem. Trilha sonora de novas utopias.Teatro e desbunde aparecem juntos no novo vídeo do The Flaming Lips, “Wathing the Planets”. A música integra o álbum “Embryonic”, o décimo da carreira da banda de Wayne Coyne, que, além de atuar, co-dirige o vídeo junto a George Salibury, artista gráfico responsável pelos vídeos e capas dos discos do The Flaming Lips.

O vídeo, um ritual com ares psicodélicos entre bicicletas e bolha-vagina, exibe algo mais engajado, anárquico, bem-humorado e, como de costume, excêntrico. Tem um grand finale: bolha-vagina adentro, todos nus para afirmar a arte como tradução (ou concepção) da vida.

O Yeasayer é mais do que uma das bandas da prolífica cena do Brooklyn inspirada no Animal Collective. É das corajosas que fazem do pop um experimento de vanguarda. O vídeo de “Ambling Alp”, primeiro single de “Odd Blood”, aguardado sucessor do “All Hour Cymbals”, disco de estréia do Yeasayer lançado em 2007, confirma o propósito de transcender. Para promover o lançamento do single, primeiro uniram nudez e tecnologia em um experimento psicodélico-audiovisual-interativo em 360 graus. O vídeo permite rotacionar e distorcer as imagens de pessoas nuas, ora deitadas, ora andando a cavalo ou correndo em paisagens vulcânicas, enquanto um mantra eletrônico escapista arranca razões cartesianas de nossas mentes. Uma espécie de portal do universo Yeasayer. Um cavaleiro medieval cibernético realiza o batismo destes homens e mulheres nuas, num lindo esboço do que pode ser feito com criatividade e nenhuma roupa. Entre uma mística de busca de um certo graal e imagens delirantes em meio ao nada desértico, onde a cruzada nudista corre de forma livre pelos penhascos e areias límpidas feito um tapete mágico de cor ocre. O nudismo é aqui a arte suprema, e nisso somos gratos ao The Flaming Lips e ao Yeasayer.

Click here to cancel reply.Manaus, 20 de maio de 2011.

Jorge Bandeira, com a colaboração de Carlos Freitas.

Email: jorgebandeiraamaral@hotmail.com Parte superior do formulário










































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