SOBRE A PINTURA CORPORAL ENTRE OS ÍNDIOS DO AMAZONAS

Olá senhoras e senhores! Neste dia 24 de abril teremos no Graúna o tradicional concurso de Pintura Corporal, com direito a medalhas aos grandes vencedores. A tradição dos povos amazônicos é rica nesta tradição, e os índios usam o genipapo e o urucum (de onde faz-se o coloral) para suas pituras, geralmente evocando simbologias ricas de animais e manifestações da natureza da flora da selva. É importante lembrar que estas pinturas servem para caracterizar não apenas por um aspecto ESTÉTICO, mas também determina um clã, uma tribo, ou mesmo um ancestral de força, que gera vigor e força ao índio(a).

O concurso é feito da seguinte maneira: os concorrentes se revezam em temas livres, sendo avaliados por um participante que não está concorrendo.

Voltando aos índios e a pintura corporal. Perde-se no tempo quando esta tradição indígena tem início, sabe-se que quando os conquistadores chegam à região amazônica os índios já tinham suas resinas vegetais e seus estilos geométricos plenamente desenvolvidos nesta tradição, nesta arte corporal. Atualmente ocorre um equívoco estético, especialmente no ramo da tatuagem, quando se define um estilo de tatuagem "tribal", mas sem nenhum critério de pesquisa antropológica sobre o desenho/ilustração (que pode ser zoomórfica como um muiaquitã, por exemplo), mas que na maioria das vezes remete a uma tradição nórdica e escandinava, com geometrias pontiagudas, definindo tribal de forma aleatória, causando uma confusão ou aceitação tácita para quem não conhece o modelo tribal amazônico. De qualquer forma temos nesta original tradição indígena um dos aparatos fundamentais da moderna forma de proogramação visual e de design, pelo seu alto teor visual e imagistíco e pelo brilhantismo de seus traço e valores simbólicos, eis a perfeita função da pintura corporal dentro do imaginário e tradição dos índios amazônicos. (Jorge Bandeira)