Instalação na entrada da área naturista do sítio do Paulo.Rodovia AM-010, Manaus-Itacoatiara.
domingo, 30 de janeiro de 2011
sábado, 29 de janeiro de 2011
DIVULGAÇÃO DO GRAÚNA/GRUPO AMAZÔNICO UNIÃO NATURISTA/MANAUS-AMAZONAS
O QUE É O GRAÚNA-AM?
É um grupo naturista organizado no Amazonas (Manaus), filiado à Federação Brasileira de Naturismo (FBrN), com OITO anos de atividades regulares.
COMO O GRAÚNA-AM SE REÚNE?
Temos encontros regulares em sítios e residências, onde podemos praticar o Naturismo com segurança.
O NATURISMO DO GRAÚNA-AM TEM ALGUM APOIO OFICIAL?
Nosso principal apoio é a FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE NATURISMO,CUJO SITE É O www.fbrn.org.br
COMO POSSO PARTICIPAR DO GRAÚNA-AM?
Você deve nos contactar (Jorge 9116-6775) e solicitar uma entrevista, só a partir daí que você poderá ser aceito em nossos encontros, conhecendo melhor nosso CÓDIGO DE ÉTICA e contribuindo para a manutenção do GRAÚNA-AM.
QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS PRAIAS PÚBLICAS DE NATURISMO EXISTENTES NO BRASIL?
As principais são: Praia do Pinho (SC), Tambaba (PB), Abricó (RJ), Galheta (SC), Massarandupió (BA), P. Brava (RJ), Barra Seca (ES).
EXISTE ALGUMA RESTRIÇÃO PARA FAZER PARTE DO GRAÚNA-AM?
Não, desde que cumpra de forma integral ao que consta em nosso CÓDIGO DE ÉTICA NATURISTA, e assine nosso TERMO DE ADESÃO E COMPROMISSO qualquer pessoa será bem vinda aos nossos encontros.
QUEM PARTICIPA DO GRAÚNA HOJE?
Famílias, Jovens, , profissionais liberais, engenheiros, advogados, professores, profissionais da área de saúde, psicólogos, , artistas, etc.
O QUE ACONTECE NOS ENCONTROS DO GRAÚNA-AM?
É um ambiente familiar, confraternizamos, praticamos esportes, nos divertimos muito e temos um contato total com a natureza através do NATURISMO.
CÓDIGO DE ÉTICA DO NATURISMO (FBrN/Federação Brasileira de Naturismo)
A PARTIR DA DEFINIÇÃO DE PRÍNCIPIOS DA FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE NATURISMO, EM CONJUNTO COM AS NORMAS DA FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE NATURISMO, ACATADA PELO GRAÚNA-AM COMO GRUPO FILIADO A ESTAS INSTITUIÇÕES DIRIGENTES DO NATURISMO OFICIAL BRASILEIRO, SEGUIMOS AS SEGUINTES REGRAS DE RESPEITO MÚTUO E DE BOA CONVIVÊNCIA ENTRE NOSSOS ASSOCIADOS:
ADOTAMOS INTEGRALMENTE A NUDEZ EM NOSSOS ENCONTROS;
PROCURAMOS USAR TOALHAS E SIMILARES NOS ASSENTOS PÚBLICOS;
ESTIMULAMOS, ATRAVÉS DA DISCRIÇÃO, RESPEITO E AMABILIDADE, AOS VISITANTES QUE, AINDA NÃO ADEPTOS DO NATURISMO, SINTAM-SE À VONTADE PARA SE INICIAREM NESTA PRÁTICA DA NUDEZ COLETIVA;
PRESTAMOS AUXÍLIO, SEMPRE QUE POSSÍVEL E SOLICITADO POR OUTRO NATURISTA;
RECEBEMOS COM SIMPATIA E ACEITAÇÃO QUALQUER TENTATIVA RESPEITOSA DE APROXIMAÇÃO, PARA TRAVAR CONHECIMENTO DE QUALQUER PESSOA QUE ASSIM O DESEJAR;
RESPEITAMOS OS ESPAÇOS E OU PRIVACIDADE DESEJADOS POR OUTROS NATURISTAS NAS ÁREAS UTILIZADAS PELOS MESMOS.
AS ATITUDES ABAIXO FEREM A ÉTICA NATURISTA DO GRAÚNA E ESTARÃO SUJEITAS À ADVERTÊNCIA OU EXCLUSÃO DO ASSOCIADO OU VISITANTE DO CONVÍVIO ENTRE OS NATURISTAS DO GRAÚNA:
CIRCULAR NA ÁREA NATURISTA USANDO ROUPA. , EXCETO QUANDO RAZÕES DE HIGIENE, SAÚDE OU CONDIÇÕES CLIMATÉRICAS DESFAVORÁVEIS (MENSTRUAÇÃO) ASSIM O ACONSELHEM;
AGIR DE MANEIRA DESRESPEITOSA OU AGRESSIVA COM QUEM QUER QUE SEJA, EM QUALQUER SITUAÇÃO;
PRATICAR OU INSINUAR ATOS DE CARÁTER SEXUAL OU OBSCENO;
FOTOGRAFAR, GRAVAR OU FILMAR QUALQUER INDIVÍDUO OU GRUPO, SEM PERMISSÃO DESTES OU DA ENTIDADE RESPONSÁVEL PELO LOCAL;
CONSTRANGER OUTROS NATURISTAS COM GESTOS, PALAVRAS OU ATITUDES QUE TENHAM CONOTAÇÃO SEXUAL OU OUTRAS QUE DENOTEM FALTA DE CONDUTA OU RESPEITO;
PRATICAR JOGOS OU OUTRAS ATIVIDADES EM LOCAIS QUE POSSAM INTERFERIR NA TRANQUILIDADE ALHEIA;
UTILIZAR INSTRUMENTOS SONOROS DE FORMA QUE POSSA INTERFERIR NA TRANQUILIDADE ALHEIA;
SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS EM LOCAIS OU CONDIÇÕES INAPROPRIADAS;
EMBRIAGAR-SE OU FAZER USO DE DROGAS ILÍCITAS, PREJUDICANDO A HARMONIA DO GRUPO;
DEIXAR LIXO FORA DOS LOCAIS APROPRIADOS;
PRATICAR QUALQUER ATO QUE VENHA PERTUBAR A BOA CONVIVÊNCIA, NOMEADAMENTE AS QUE RECORRAM A ATITUDES EXIBICIONISTAS OU PROVOCATÓRIAS;
CONTRIBUIR PARA A DETERIORAÇÃO DO MEIO AMBIENTE;
AGREDIR, SOB QUALQUER FORMA, A FAUNA E A FLORA NATURAL NA ÁREA NATURISTA UTILIZADA E EM SUAS ADJACÊNCIAS.
CONTATOS
vicaflag@hotmail.com
http://www.graunaam.com.br
JORGE 9116-6775
O GRAÚNA-AM FAZ CAMPANHA PERMANENTE CONTRA TODO TIPO DE EXPLORAÇÃO DE CRIANÇAS E JOVENS.
SOMOS NATURISTAS: PRESERVAMOS E DEFENDEMOS O MEIO AMBIENTE.
"VENHA CONOSCO VESTIR-SE DE SI MESMO"
"EXPERIMENTE USAR NADA"
CONCEITO DE NATURISMO
DENOMINA-SE NATURISMO A PRÁTICA DA NUDEZ SOCIAL COMO FORMA DE DESENVOLVIMENTO DA SAÚDE FÍSICA E MENTAL ATRAVÉS DA PLENA INTEGRAÇÃO COM A NATUREZA. TEM POR INTENÇÃO FAVORECER O AUTO-RESPEITO, O RESPEITO PELO OUTRO E O CUIDADO COM O MEIO AMBIENTE.
(Federação Internacional de Naturismo- INF/FNI- 1974)
CONHEÇA AS NORMAS DO NATURISMO. LEIA O CÓDIGO DE CONDUTA NATURISTA.
O NATURISMO É UMA PRÁTICA SOCIAL DIFUNDIDA EM VÁRIOS PAÍSES: JUNTE-SE A NÓS!
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
NUDEZ E TIMIDEZ DESVENDADAS
Reflexões sobre uma curiosa pesquisa envolvendo a Nudez
*Adaptado por Jorge Bandeira
Há muito tempo atrás, mulher pelada era coisa comum em todo lugar. Nossos ancestrais conseguiam andar peladões e felizes por aí. Atualmente isso é impossível. Mas por quê?
Quem nunca teve aquele pesadelo clássico de estar pelado na escola, no trabalho ou na igreja? E por que a sensação de estar nu é tão ruim?
E como explicar os rebeldes que passam seus feriados andando peladões por praias nudistas? Eles insistem que nada poderia ser mais normal.
Um experimento promete explicar todas essas dúvidas que envolvem a nudez humana.
Oito pessoas “normais” (nenhuma freqüenta ou freqüentou uma praia de nudismo) foram recrutadas para uma filmagem na BBC de Londres. A proposta era explicar por que estar pelado é sinônimo de vergonha.
As mulheres do grupo se preocuparam se os outros participantes ririam delas. Entre os homens, a maior preocupação era “excitação inapropriada”.
Phil, de 39 anos, foi o primeiro a fazer o teste. Um pouco antes de se encontrar com os outros voluntários, ele foi colocado diante de um espelho de corpo inteiro e instruído a tirar todas as suas roupas. Quando ele descobriu que havia um outro espelho atrás dele, seu coração acelerou incrivelmente e seu rosto se tornou instantaneamente vermelho.
Kath, outra voluntária, de 40 anos, teve que passar pela mesma situação. Segundo ela, a sua vontade era de que o chão se abrisse e a engolisse.
A questão preocupava até Darwin. Afinal, ele descobriu que somos parentes dos macacos, e eles não andam por aí usando calças. Então o que temos de diferente dos outros primatas?
Claro, temos uma quantidade bem menor de pêlos cobrindo nossa pele. Darwin achava que era por causa do calor ao qual nossos ancestrais foram expostos, evoluímos com menos pêlos. Mas isso é contraditório, já que a maioria dos mamíferos usa os pêlos para proteger sua pele do Sol.
No entanto, temos uma habilidade única: podemos nos resfriar mais facilmente suando. Logo, está explicada a nossa falta de pêlo. Para alguns especialistas, se não fosse o suor, não teríamos nos desenvolvido tanto, nosso cérebro não seria tão grande e não criaríamos ferramentas para facilitar nossa vida. O suor permitiu que nosso cérebro crescesse.
Até aí dá pra entender o porquê de nossa nudez, mas não a vergonha dela.
Voltando ao experimento, depois de outra série de situações, tanto Phil como Kath ficaram cara a cara com outro colega voluntário pelado. A tarefa deles, agora, era pintar o corpo do companheiro, usando cores que demonstravam o quanto se sentiam envergonhados em tocar determinada parte do outro (vermelho significava que a pessoa estava extremamente desconfortável, amarelo desconfortável e verde era “confortável).
Phil pintou os genitais do outro voluntário de vermelho. Kath, no entanto, depois das outras situações, perdeu sua inibição: pintou o corpo inteiro de seu companheiro de verde. Sim, cada pedacinho dele.
Isso é um exemplo de como a atitude das pessoas é flexível, em relação à nudez. E isso explica o porquê de nudistas estarem confortáveis vivendo ao seu modo.
Depois de mais alguns dias de nudez, os voluntários do experimento já não se sentiam desconfortáveis. Haviam “aprendido” uma nova convenção, na qual era permitido ficar pelado.
O fato fortaleceu as teorias de que não nascemos com vergonha da nossa nudeza, nós aprendemos a nos envergonharmos, com a sociedade.
Somos mais sociáveis do que qualquer outro primata, vivendo em grupos maiores. E, durante milhares de anos, vivemos em comunidades que nos dizem que a nudez não é aceitável.
Não é aceitável porque envia sinais sexuais que estimulariam as pessoas a trair seus parceiros. A exposição do corpo mostra nosso “material” e nos tornamos suscetíveis a sinais de que queremos trair a nossa principal relação. Logo, surgiu o costume de cobrir o corpo para evitar esse tipo de situação. E mesmo na nossa sociedade, tão avançada, ainda concordamos com esse costume.
E a vergonha é o sentimento ideal a ser “ligado” com a nudez. Como a vergonha “dói”, não nos sentimos compelidos a sair por aí peladões. E é um sentimento tão visível que todos a sua volta conseguem perceber que você fez algo errado e sabe disso, quando o rosto se avermelha.
*Jorge Bandeira é fundador do Graúna, Grupo Amazônico União Naturista, grupo filiado à FBrN desde 2004.
Nosso site: http://www.graunaam.com.br
Nossa comunidade no Orkut: Naturismo em Manaus
Fonte: BBC
*Adaptado por Jorge Bandeira
Há muito tempo atrás, mulher pelada era coisa comum em todo lugar. Nossos ancestrais conseguiam andar peladões e felizes por aí. Atualmente isso é impossível. Mas por quê?
Quem nunca teve aquele pesadelo clássico de estar pelado na escola, no trabalho ou na igreja? E por que a sensação de estar nu é tão ruim?
E como explicar os rebeldes que passam seus feriados andando peladões por praias nudistas? Eles insistem que nada poderia ser mais normal.
Um experimento promete explicar todas essas dúvidas que envolvem a nudez humana.
Oito pessoas “normais” (nenhuma freqüenta ou freqüentou uma praia de nudismo) foram recrutadas para uma filmagem na BBC de Londres. A proposta era explicar por que estar pelado é sinônimo de vergonha.
As mulheres do grupo se preocuparam se os outros participantes ririam delas. Entre os homens, a maior preocupação era “excitação inapropriada”.
Phil, de 39 anos, foi o primeiro a fazer o teste. Um pouco antes de se encontrar com os outros voluntários, ele foi colocado diante de um espelho de corpo inteiro e instruído a tirar todas as suas roupas. Quando ele descobriu que havia um outro espelho atrás dele, seu coração acelerou incrivelmente e seu rosto se tornou instantaneamente vermelho.
Kath, outra voluntária, de 40 anos, teve que passar pela mesma situação. Segundo ela, a sua vontade era de que o chão se abrisse e a engolisse.
A questão preocupava até Darwin. Afinal, ele descobriu que somos parentes dos macacos, e eles não andam por aí usando calças. Então o que temos de diferente dos outros primatas?
Claro, temos uma quantidade bem menor de pêlos cobrindo nossa pele. Darwin achava que era por causa do calor ao qual nossos ancestrais foram expostos, evoluímos com menos pêlos. Mas isso é contraditório, já que a maioria dos mamíferos usa os pêlos para proteger sua pele do Sol.
No entanto, temos uma habilidade única: podemos nos resfriar mais facilmente suando. Logo, está explicada a nossa falta de pêlo. Para alguns especialistas, se não fosse o suor, não teríamos nos desenvolvido tanto, nosso cérebro não seria tão grande e não criaríamos ferramentas para facilitar nossa vida. O suor permitiu que nosso cérebro crescesse.
Até aí dá pra entender o porquê de nossa nudez, mas não a vergonha dela.
Voltando ao experimento, depois de outra série de situações, tanto Phil como Kath ficaram cara a cara com outro colega voluntário pelado. A tarefa deles, agora, era pintar o corpo do companheiro, usando cores que demonstravam o quanto se sentiam envergonhados em tocar determinada parte do outro (vermelho significava que a pessoa estava extremamente desconfortável, amarelo desconfortável e verde era “confortável).
Phil pintou os genitais do outro voluntário de vermelho. Kath, no entanto, depois das outras situações, perdeu sua inibição: pintou o corpo inteiro de seu companheiro de verde. Sim, cada pedacinho dele.
Isso é um exemplo de como a atitude das pessoas é flexível, em relação à nudez. E isso explica o porquê de nudistas estarem confortáveis vivendo ao seu modo.
Depois de mais alguns dias de nudez, os voluntários do experimento já não se sentiam desconfortáveis. Haviam “aprendido” uma nova convenção, na qual era permitido ficar pelado.
O fato fortaleceu as teorias de que não nascemos com vergonha da nossa nudeza, nós aprendemos a nos envergonharmos, com a sociedade.
Somos mais sociáveis do que qualquer outro primata, vivendo em grupos maiores. E, durante milhares de anos, vivemos em comunidades que nos dizem que a nudez não é aceitável.
Não é aceitável porque envia sinais sexuais que estimulariam as pessoas a trair seus parceiros. A exposição do corpo mostra nosso “material” e nos tornamos suscetíveis a sinais de que queremos trair a nossa principal relação. Logo, surgiu o costume de cobrir o corpo para evitar esse tipo de situação. E mesmo na nossa sociedade, tão avançada, ainda concordamos com esse costume.
E a vergonha é o sentimento ideal a ser “ligado” com a nudez. Como a vergonha “dói”, não nos sentimos compelidos a sair por aí peladões. E é um sentimento tão visível que todos a sua volta conseguem perceber que você fez algo errado e sabe disso, quando o rosto se avermelha.
*Jorge Bandeira é fundador do Graúna, Grupo Amazônico União Naturista, grupo filiado à FBrN desde 2004.
Nosso site: http://www.graunaam.com.br
Nossa comunidade no Orkut: Naturismo em Manaus
Fonte: BBC
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
nudez e arte: William Blake
A NUDEZ ILUMINADA DE WILLIAM BLAKE
Por Jorge Bandeira*
No século da Revolução Francesa, no ápice do movimento Iluminista, no Século da Razão, um bardo Inglês, poeta, escritor, gravurista, inovador das artes plásticas, praticamente um “iluminado”, forjou com sua mente além daquele tempo um olhar paradigmático sobre FORÇA DA NUDEZ, com sua obra de intenso vigor e que transbordava verdades por todas as direções.
Blake optou por retratar o corpo nu, de homens,mulheres, jovens e crianças de forma natural, mas com um movimento de musculatura em estado de contração, mesmo na imobilidade destes corpos. Uma visão vanguardista que foi repensanda mais tarde por outro gênio da gravura, Gustave Doré, o homem que ilustrou A Divina Comédia, de Dante Alighieri. Aqui nosso foco é a forma poderosa destes nus de Blake, as cores vibrantes e a opulência de um traço e de uma profundidade de desenho que transbordava de um barroco, de um excesso, mas que via a nudez dentro de uma normalidade verdadeiramente humana.
Os corpos nus de Blake são colocados em primeiríssimos planos na composição, e os detalhes desta maneira singular de retratar a nudez passamos a analisar, à luz da historiografia das artes plásticas e da História. A força que encontramos nas obras de Blake são retratos de um artista que via na nudez uma maneira capaz de alcançar o absoluto, tal qual diz em um de seus mais famosos poemas: “Se as portas da percepção fossem abertas, o homem veria o que é e o que sempre foi: Infinito!” Este infinito do que trato aqui é a nudez, e de como estamos irmanados por esta premissa alquímica de William Blake.
A gravura acima é uma das milhares feitas por Blake para a série que deu origem à seu álbum sobre O Paraíso Perdido, de John Milton, e as cores usadas molduram a nudez deste ser mortal em toda sua esplendorosa nudez, seu corpo nu é retratado de forma estendida, livre, desimpedida, sem amarras, e o seu semblante nos transmite a tranquilidade de quem tem em sua nudez uma companhia segura, singela, vital. Raios em formas de auras espectrais emanam de seu corpo transbordante de energia, e a posição um tanto quanto inclinada de suas pernas, em um ângulo obtuso, fazem valer o plano elevado em que está nosso personagem ao natural. Uma perfeita geometria de um corpo que se revigora em sua nudez cintilante.
Blake, ao que consta seus biográfos, pouco usava de modelos-vivos, e quando fazia uso deste meio para seus trabalhos os modelos passavam por uma jornada em completa nudez, que duravam dias, até se acostumarem ao estado despido de seus corpos, quando então o grande bardo os considerava livres das amarras condicionantes de suas roupas. As marcas das roupas deveriam sumir de seus corpos. Era uma exigência deste gênio das letras e da pintura.
Acima, temos uma de suas obras-primas: Isaac Newton, em todo o seu contorno corporal e com uma das mais clássicas figuras que já foi pensada, enquanto pose de um modelo, rivalizando com O Pensador, de Rodin. Esta obra merece uma atenção redobrada, que alguns modelos de iconografia são necessários para esta análise. Ficamos, então, para não alongar o estudo, do jogo de luz e sombras, e do excelente super-objetivo geométrico triangular que este corpo NU nos demonstra.
Vejam que a figura do compasso é replicada na posição da mão esquerda, da direita, do ângulo das pernas torneadas deste Newton, e atentemos também ao triângulo formado pela posição dos pés, o que coloca o espectador a um jogo infinito de possibilidades geométricas a partir das figuras. Os talhes musculares do corpo é outra ideia genial, pois as carcaças musculares se sobrepõe, levando a um estado de NUDEZ totalizante. O triunfal triângulo também está nos contornos do desenho, feito de forma pioneira, com elementos de chumbo em sua composição, dando um ar de esfumaçado e sépia às cores do artista. Blake experimentava como um alquimista as composições e jogos cromáticos. Vejam, com atenção, que o desenho se bifurca em dois triângulos, um de matiz azul escuro e outra, inferior, de cor cobre. É uma delícia aos olhos vislumbrar esta nudez!
Acima, temos mais um magnífico exemplar da perícia e técnicas inovadoras de William Blake, com cores vibrantes os corpos nus, agora de uma espécie de família angelical, remetem à tradição greco-romana, onde a nudez foi tida como uma aliada nas transformações mais essenciais daquelas antigas civilizações.
A nudez é um eterno movimento, é uma constante busca pelo infinito do corpo, a nudez transcende ao próprio corpo, parece nos dizer esta gravura potentosa. Blake continua seu traçado, e a nudez adentra no núcleo familiar, dos infantes aos adultos, a partir da célula mater da sociedade, a mãe, esplendorosa em sua nudez, inclusive como a protetora destes corpos nus, jovens que necessitam de eterna proteção.
A nudez é um forte componente da mensagem artística de Blake, ela garante a irmandade, a fraternidade, eis a mensagem messiânica que insere esta nudez numa tradição da pureza corporal pelo despojamento das vestes. Blake, visto como um místico e visionário, aqui tem na nudez sua companheira segura, seu porto atraente e de um dinamismo onde um corpo nu é visto em todo o seu clamor de liberdade e espontaneidade.
A nudez, em William Blake, é sua companheira de todas as horas, de todos os matizes, em todas as suas qualidades de desmacaramentos de preconceitos e de avanço civilizatório, da convivência entre os corpos, sem as imposições mantidas pelos séculos têxteis que tradicional e conservadoramente amarram as conquistas da humanidade. Se a nudez não é uma solução, sem dúvida ela é uma alternativa. Blake, o poeta naturista, enxergava além.
Canções da Inocência e Experiência, livro totalmente ilustrado por Blake, e mais uma vez ele coloca no mais alto degrau estético a NUDEZ, a nudez que ele semeou em nossos corações e nos de seus contemporâneos, num Iluminismo revigorado pelas imagens onde o ser humano é resgatado em sua essência, a nudez, capaz de tornar este homem um dinâmo em eterno movimento, e seu corpo nu, torná-lo-ia em arauto de uma aurora em estado de fogo, fogo que incinera as vestes e libertaria o homem de suas amarras.
*Jorge Bandeira é autor do Cordel “Luz Del Fuego: pioneira do nudismo no Brasil”, publicado pela editora Acauã, de Fortaleza, em 2005.
Por Jorge Bandeira*
No século da Revolução Francesa, no ápice do movimento Iluminista, no Século da Razão, um bardo Inglês, poeta, escritor, gravurista, inovador das artes plásticas, praticamente um “iluminado”, forjou com sua mente além daquele tempo um olhar paradigmático sobre FORÇA DA NUDEZ, com sua obra de intenso vigor e que transbordava verdades por todas as direções.
Blake optou por retratar o corpo nu, de homens,mulheres, jovens e crianças de forma natural, mas com um movimento de musculatura em estado de contração, mesmo na imobilidade destes corpos. Uma visão vanguardista que foi repensanda mais tarde por outro gênio da gravura, Gustave Doré, o homem que ilustrou A Divina Comédia, de Dante Alighieri. Aqui nosso foco é a forma poderosa destes nus de Blake, as cores vibrantes e a opulência de um traço e de uma profundidade de desenho que transbordava de um barroco, de um excesso, mas que via a nudez dentro de uma normalidade verdadeiramente humana.
Os corpos nus de Blake são colocados em primeiríssimos planos na composição, e os detalhes desta maneira singular de retratar a nudez passamos a analisar, à luz da historiografia das artes plásticas e da História. A força que encontramos nas obras de Blake são retratos de um artista que via na nudez uma maneira capaz de alcançar o absoluto, tal qual diz em um de seus mais famosos poemas: “Se as portas da percepção fossem abertas, o homem veria o que é e o que sempre foi: Infinito!” Este infinito do que trato aqui é a nudez, e de como estamos irmanados por esta premissa alquímica de William Blake.
A gravura acima é uma das milhares feitas por Blake para a série que deu origem à seu álbum sobre O Paraíso Perdido, de John Milton, e as cores usadas molduram a nudez deste ser mortal em toda sua esplendorosa nudez, seu corpo nu é retratado de forma estendida, livre, desimpedida, sem amarras, e o seu semblante nos transmite a tranquilidade de quem tem em sua nudez uma companhia segura, singela, vital. Raios em formas de auras espectrais emanam de seu corpo transbordante de energia, e a posição um tanto quanto inclinada de suas pernas, em um ângulo obtuso, fazem valer o plano elevado em que está nosso personagem ao natural. Uma perfeita geometria de um corpo que se revigora em sua nudez cintilante.
Blake, ao que consta seus biográfos, pouco usava de modelos-vivos, e quando fazia uso deste meio para seus trabalhos os modelos passavam por uma jornada em completa nudez, que duravam dias, até se acostumarem ao estado despido de seus corpos, quando então o grande bardo os considerava livres das amarras condicionantes de suas roupas. As marcas das roupas deveriam sumir de seus corpos. Era uma exigência deste gênio das letras e da pintura.
Acima, temos uma de suas obras-primas: Isaac Newton, em todo o seu contorno corporal e com uma das mais clássicas figuras que já foi pensada, enquanto pose de um modelo, rivalizando com O Pensador, de Rodin. Esta obra merece uma atenção redobrada, que alguns modelos de iconografia são necessários para esta análise. Ficamos, então, para não alongar o estudo, do jogo de luz e sombras, e do excelente super-objetivo geométrico triangular que este corpo NU nos demonstra.
Vejam que a figura do compasso é replicada na posição da mão esquerda, da direita, do ângulo das pernas torneadas deste Newton, e atentemos também ao triângulo formado pela posição dos pés, o que coloca o espectador a um jogo infinito de possibilidades geométricas a partir das figuras. Os talhes musculares do corpo é outra ideia genial, pois as carcaças musculares se sobrepõe, levando a um estado de NUDEZ totalizante. O triunfal triângulo também está nos contornos do desenho, feito de forma pioneira, com elementos de chumbo em sua composição, dando um ar de esfumaçado e sépia às cores do artista. Blake experimentava como um alquimista as composições e jogos cromáticos. Vejam, com atenção, que o desenho se bifurca em dois triângulos, um de matiz azul escuro e outra, inferior, de cor cobre. É uma delícia aos olhos vislumbrar esta nudez!
Acima, temos mais um magnífico exemplar da perícia e técnicas inovadoras de William Blake, com cores vibrantes os corpos nus, agora de uma espécie de família angelical, remetem à tradição greco-romana, onde a nudez foi tida como uma aliada nas transformações mais essenciais daquelas antigas civilizações.
A nudez é um eterno movimento, é uma constante busca pelo infinito do corpo, a nudez transcende ao próprio corpo, parece nos dizer esta gravura potentosa. Blake continua seu traçado, e a nudez adentra no núcleo familiar, dos infantes aos adultos, a partir da célula mater da sociedade, a mãe, esplendorosa em sua nudez, inclusive como a protetora destes corpos nus, jovens que necessitam de eterna proteção.
A nudez é um forte componente da mensagem artística de Blake, ela garante a irmandade, a fraternidade, eis a mensagem messiânica que insere esta nudez numa tradição da pureza corporal pelo despojamento das vestes. Blake, visto como um místico e visionário, aqui tem na nudez sua companheira segura, seu porto atraente e de um dinamismo onde um corpo nu é visto em todo o seu clamor de liberdade e espontaneidade.
A nudez, em William Blake, é sua companheira de todas as horas, de todos os matizes, em todas as suas qualidades de desmacaramentos de preconceitos e de avanço civilizatório, da convivência entre os corpos, sem as imposições mantidas pelos séculos têxteis que tradicional e conservadoramente amarram as conquistas da humanidade. Se a nudez não é uma solução, sem dúvida ela é uma alternativa. Blake, o poeta naturista, enxergava além.
Canções da Inocência e Experiência, livro totalmente ilustrado por Blake, e mais uma vez ele coloca no mais alto degrau estético a NUDEZ, a nudez que ele semeou em nossos corações e nos de seus contemporâneos, num Iluminismo revigorado pelas imagens onde o ser humano é resgatado em sua essência, a nudez, capaz de tornar este homem um dinâmo em eterno movimento, e seu corpo nu, torná-lo-ia em arauto de uma aurora em estado de fogo, fogo que incinera as vestes e libertaria o homem de suas amarras.
*Jorge Bandeira é autor do Cordel “Luz Del Fuego: pioneira do nudismo no Brasil”, publicado pela editora Acauã, de Fortaleza, em 2005.
domingo, 16 de janeiro de 2011
LUZ DEL FUEGO: A Pioneira do Nudismo no Brasil
Jota Bandeira
TRANSLÚCIDA LUZ
O Louco: “Dia virá em que não haverá tecelões e ninguém para usar roupas. Todos nós ficaremos nus sob o Sol”.
(primeira fala deste personagem no início do texto “Lázaro e sua amada”, de Kahlil Gibran, em sua única obra escrita para o Teatro).
“Nu saí do ventre de minha mãe, e nu tornarei para lá” (Livro de Jó 1-21)
“Nu eu nasci, e nu me encontro: não perco nem ganho” (Miguel de Cervantes)
ESTE CORDEL É DEDICADO A JOÃO CARLOS e EDVAL FONSECA.
1
Amigos de todo Brasil
O relato que vou contar
Dá conta de certa mulher
Corajosa no seu lutar
Batalhou por uma nobre causa
Sua bravura foi exemplar
2
Ela era idealista
Disso eu tenho a certeza
Percalço encontrou na vida
E nela não teve moleza
Lutou pelo nudismo
Entrou na causa com firmeza
3
Nasceu como Dora Vivacqua
Há muito tempo atrás
Em 21 de Fevereiro de 1917
Não esqueço a data jamais
Quando nasceu Luz Del Fuego
Para o nudismo e seus ideais
4
Era uma capixaba
Natural do Espírito Santo
Da cidade do Rei Roberto Carlos
Dois artistas do mesmo canto
Dora iria ser Luz Del Fuego
E como Roberto causaria espanto
5
Cachoeiro do Itapemirim
Era sua cidade natal
Amava sua irmã Mariquinhas
Que para ela não tinha igual
Mariquinhas era musa de Drummond
O nosso poeta genial
6
No começo dos anos 20
A família Vivacqua se muda
Escolhe Belo Horizonte
Para continuar sua luta
A nossa futura Luz
Começa a ficar desnuda
7
Foi necessária uma ajuda, que
Um serpentário lhe inspirasse
Para que Dora Vivacqua
Das serpentes se aproximasse
E seus posteriores números
E musicais, a todos arrebatassem
8
Conheceu nossa menina
O Instituto Ezequiel Dias
Seu passeio predileto
Muitas vezes foi com as tias
Vislumbrar aquelas serpentes
E nos seus olhinhos brotavam alegrias
9
A bolsa de Nova York quebrou
Era 1929, ano do famoso Crack
O capitalismo pedia socorro
Quem for pobre que se esmague
Os Vivacqua voltam pra Cachoeiro
Cidade que só possuía um parque
10
Etelvina, mãe de Luz
Ficou perto de Antônio, seu marido
O pai de nossa futura Luz
Era um homem embrutecido
E jamais permitiu às filhas
Que ficassem nuas, sem vestidos
11
Dora Luz entra na adolescência
Demonstrando um gênio forte
Não agüentava desaforos
E também tinha muita sorte
Ordens e opiniões só aceitava
Se na sua vida não fizessem cortes
12
Mesmo jovem já andava nua
E escandalizava toda meninada
No quintal da casa brincava
Como Deus a fez, pelada
Não gostava de usar roupas
Que ficavam dias sem serem lavadas
13
Em agosto de 32, seu pai Antônio
É assassinado por inquilinos de seus terrenos
A pacata Cachoeiro estava perigosa
A morte não os deixou serenos
Etelvina volta para Belo Horizonte
Buscando para família ares amenos
14
Dora Vivacqua, futura estrela
Sente-se sufocada com tantos atritos
Sua vida seria na cidade maravilhosa
Onde ela poderia soltar seus gritos
E pela liberdade da nudez
Planejar inclusive seus escritos
15
Sua meta era o Rio de Janeiro
Que ela não tirava da visão
Apesar de seus poucos 15anos
Pensava no Rio em chegar de avião
Só sossegava quando a cabeça
Sonhava com a Guanabara, sua paixão
16
Dora odiava usar sutiã
Ela gostava era de estar nua
Pela praia de Marataízes
Improvisava as roupas suas
E isso quando o biquíni
Não existia, não se via nas ruas
17
Chega na Capital Federal
Sob a tutela de seu irmão Attilio
No Rio Dora se transforma
Adorava jogar seus brilhos
A gênese do nudismo no Brasil
Começa a assentar seus trilhos
18
Com 19 anos vive um romance
Com tal José Mariano
De família importante no Rio
Coisa que não agradou seu mano
Foi por isso que Attilio, seu irmão
A mandou de volta para Minas, sem engano
19
Em Minas uma desgraça acontece
Sua irmã Angélica, atônita
Flagra seu marido Carlos com Dora
Numa visão que lhe deixa afônica
Ele bolinava Dora, a seduzia
Numa cena forte, crônica
20
A família fica a favor de Carlos
E considera Dora mentirosa
No Hospital Psiquiátrico Raul Soares
A confinam de maneira dolorosa
É tida como esquizofrênica
E por dois meses sua vida ali será pavorosa
21
Preocupado com a irmã Dora
Depois que ela saiu do internamento
Seu irmão Achilles lhe faz um convite:
Vá para fazenda de Archilau ter novo alento
Lá você vai respirar um ar puro
Vai descobrir novos encantamentos
22
E na fazenda de seu outro irmão
Dora aparece como Eva
Coberta somente com 3 folhas de parreira
Caminhando naturalmente na selva
O filho do administrador a viu nua
E nem precisou se esconder atrás da relva
23
Aquilo Archilau não aceitou
E por ele Dora foi repreendida
Ela não contou duas vezes
Jogou-lhe um vaso na cabeça partida
Aquele ato trouxe-lhe conseqüências
E lá vai Dora pra outro hospício, ressentida
24
Agora nossa Dora Vivacqua
Que será conhecida como Luz Del Fuego
É internada no famoso hospício
Casa de Saúde Dr. Eiras, no desassossego
Seu espírito rebelde produzia vôos
Imprevisíveis como os do morcego
25
Dessa vez é sua irmã querida
Por quem tem uma profunda admiração
Que resgata Dora do hospício
Levando-lhe para outra estação
Em sua cidade de Cachoeiro
Mas Dora foge desesperada e chega ao Rio num lotação
26
Dora no Rio de Janeiro
Reata sua relação com Mariano
Sem oficializar sua união
Era livre e não queria nenhum dano
Para sua vida pelo casamento
Não queria entrar pelo cano
27
Tentou ser pára-quedista
Porém Mariano a impediu
Aceitou e viu no pedido dele
Uma demonstração de amor juvenil
Como aquele de ideais
De paixões, de uma vida pueril
28
O amor furacão de Mariano
Só agüentou algumas estações
Até que Dora resolve entrar na dança
Que todos sabem era uma de suas paixões
O ciúme doentio de Mariano
Começará a lhe trazer aporrinhações
29
Mas ela não desistiu da dança
E na Academia Eros Volúsia
Continuou seu curso brilhante
Dançando com muita astúcia
Não deu a mínima ao ciúme de Mariano
Era uma leoa por dentro de um ser de pelúcia
30
E assim acontecia
Na vida desta de nome Dora
Porém Luz Del Fuego irá chegar
E é pra já e agora
Uma nova fase em sua vida
De Dora o nome ela joga fora
31
Era o ano de 1944
Faltando mais um para a Guerra acabar
Que um nome começa a aparecer
Luz Divina espera triunfar
E no circo Pavilhão Azul
O público irá lhe aclamar
32
Atenção, senhoras e senhores
Vejam só que mulher exótica
Carrega suas incríveis serpentes
Vejam, isso não é ilusão de ótica
É a corajosa bailarina Luz Divina
Com cobras verdadeiras e não robóticas
33
Era a maior atração do circo
Nas noites de espetáculos
Luz garantia um bom público
A casa lotava sem obstáculos
Para ver Luz e suas jibóias
Que fazia inveja aos homens másculos
34
Era toda encantamento
A sua dança provocante
Na companhia de duas cobras
Seu número ficava mais excitante
Cornélio e Castorina, ora vejam
Eram os nomes dados àquelas rastejantes
35
Quando termina a 2A Guerra Mundial
Dora anotava tudo em seu diário
Suas experiências pessoais, viscerais
Dariam boas matérias para um noticiário
Era o começo do que viria a ser
Um livro que não tirou de seu imaginário
36
Sim, podem ter certeza
Nossa artista era sedutora
Seu livro “Trágico Blecaute”
Foi lançado por uma editora
Mulher de muitas virtudes
Nossa nudista maior era escritora
37
Em 1947, por sugestão de um amigo
Que era palhaço e se chamava Cascudo
Luz Divina virou Luz Del Fuego
“Nome estrangeiro atraía público graúdo”,
Tanto insistiu Cascudo com Luz
Que seu nome artístico teve um novo atributo
38
Luz Del Fuego era o nome
De um batom argentino novo
Que apareceu no Brasil nessa época
De brilho forte e vistoso
Era chamativo como nossa estrela
Que foi artista num período majestoso
39
O fogo era representativo
Pois sua vida era uma labareda
Sua nova opção de vida
A fez conhecida nas alamedas
A Vivacqua “água viva”
Deu lugar ao Fuego e sua destreza
40
Trabalhando em vários circos
Luz os ajudou com as “casas cheias”
Livrando da falência muitos deles
Fez muita gente ganhar o seu “pé de meia”
E assim ia levando a vida
De artista nos palcos tecendo teias
41
E como boa fiandeira
Conseguiu um bom contrato
No Teatro Follies
Onde representou mais de um ato
Naquela Copacabana ensolarada
Luz viu nascer seu estrelato
42
Um garoto de 12 anos
Era responsável pelas falas e apontamentos
Que Luz jamais decorava por inteiro
Ela improvisava sem ressentimento
O nome deste menino? Daniel Filho, ele mesmo
Que na Rede Globo foi um grande talento
43
A imprensa alardeou
O espetáculo “Mulher de todo mundo”
Luz Del Fuego era sensação
Sua família sentia no fundo
Que toda essa fama de artista
Para seus inimigos poderia virar um trunfo
44
Seu irmão Attilio era senador
E esse “ba-fa-fa” não era bom
Ter uma irmã que dançava nua
Em seus ataques esse seria o tom
Esses políticos nunca entenderiam
O que é uma artista ter um dom
45
Iluminar e dar alegria ao povo
Seria a missão dessa bailarina
Que em seus números ficava seminua
O braço do povo seria sua sina
E com isso seu irmão senador
De bondoso passou a ranzinza
46
Attilio não perdeu tempo
Para abafar qualquer reboliço
E do livro de Luz “Trágico Blecaute”
Da edição primeira deu um sumiço
Queimando mais de mil exemplares
Parecendo um inquisidor suíço
47
O diário escrito por Luz
Trazia fatos comprometedores
Como a sedução do cunhado
Que de Luz foi uma das dores
Sem contar uma assumida prostituição
Que pelo livro criava dissabores
48
Contando esta história
Vocês irão me dar razão
Uma pessoa só vence na vida
Com amor e dedicação
Mesmo que seja pelo nudismo
Que no Brasil sofre discriminação
49
Os anos 50 estão chegando
E nossa artista se consolidando
A naturalista e vegetariana
A passos largos vai andando
Criando fama e admiração
Também seus inimigos vão tramando
50
Contra ela falam de tudo
De depravada a pessoa devassa
E nisso essa mulher de fibra
Esperneava e achava graça
Suas idéias eram originais
Sua arte a todos abraça
51
Com o lançamento de seu livro
O já falado “Trágico Blecaute”
Suas intervenções serão lidas
Começarão novos embates
Os defensores da falsa moral, puritanos
De Luz farão o alvo de seus disparates
52
Para nossa defensora
O nudista é aquela pessoa
Que acredita que as roupas
Com toda pompa de quem a veste ressoa
Não significa moralidade
E desta falsa visão ela caçoa
53
Não acha que o corpo humano
Que é considerado por muitos profano
Tenha partes indecentes
Que se precisam esconder com pano
E disso estava tão convicta
Que não demonstrava desengano
54
No Brasil daquela época
Onde até o maiô era imoral
Imaginem vocês, leitores
O que Luz deve ter feito para ganhar moral
E fazer com que o nudismo
Entrasse na discussão nacional
55
Começou então Luz Del Fuego
A reunir um grupo de amigos
Na praia de Joatinga, deserta
Onde praticava naturismo aos domingos
Levava alguns cães para proteção
E seus amigos Lana, Gilda e Domingos
56
Miss Lana e Miss Gilda
Eram transformistas assumidos
Domingos Risseto era artista
De Luz eram muito queridos
Estes pioneiros do nudismo
Eram naturistas aguerridos
57
Para garantia contra os abelhudos
Que perturbam sempre os pelados
Levava também suas serpentes
Cornélio e Castorina sempre ao seu lado
Para evitar um maior atrevimento
Dos que acham o corpo humano um pecado
58
Apesar de todo cuidado
A polícia sem engano
Vez por outra levava
A todos nus num ato insano
Para delegacia de bons costumes
Sem terem feito nada de leviano
59
Seu segundo livro é lançado
Chama-se “A Verdade Nua”
O título já dizia tudo
O nudismo é uma bandeira sua
Ele lhe dá evidência
Seu nome de novo ganha as ruas
60
É um livro autobiográfico
Feito com toda dedicação
As bases da filosofia naturista
Estavam entrando em ação
Até o integralista Plínio Salgado
Ao posfácio deu sua contribuição
61
Foi outra obra perseguida
Sofrendo com a censura
As autoridades a bloquearam
Levantando suas injúrias
Ninguém achava o livro
Só no reembolso sua compra era segura
62
Já conhecida no Brasil inteiro
Luz levava todos ao delírio
Era o tempo das vedetes
Mulheres que aos olhos eram colírio
Mara Rúbia, Virginia Lane e Dercy Gonçalves
Todas figuras de intenso brilho
63
No mundo das vedetes
Luz Del Fuego brilhava
Foi na época de Elvira Pagã
Sua maior rival, que admirava
Época de grandes espetáculos
Nos anos 50 ninguém as vaiava
64
Foi capa de revista famosa
A LIFE dos Estados Unidos
Todos queriam sua presença
Seu cachê era garantido
Caprichava nas apresentações
Onde seu corpo era exibido
65
Sua vida era agitada
E disso tirava proveito
Nunca se amedrontava
Peitou delegado, juiz e até prefeito
Tudo lutando pela causa
Do nudismo que para ela era perfeito
66
Seus irmãos se davam bem
Na política, comércio e no social
E achavam que Luz Del Fuego
Manchava seus nomes como um vendaval
Que passava destruindo tudo
Até mesmo o baluarte da falsa moral
67
Attilio como senador
Era o que mais se sentia difamado
Por ser irmão da famosa artista nua
Os adversários o haviam caçoado
Perdeu uma eleição por isso
A oposição o havia molestado
68
Diziam que sua irmã
Era uma mulher do demônio
Que dançava nua nas ruas
Acabando com o matrimônio
Attilio ficou furioso
E perseguiu Luz e seu patrimônio
69
Com tanta perseguição
Luz resolveu revidar
Antes de ser surrupiada
Nua ameaçou dançar
Nas escadarias do senado
Fazendo Attilio se calar
70
Em matéria de dinheiro
Falava ironicamente de seu jeito
Que seu banco preferido
Tinha o nome de preconceito
E era mantido por seus irmãos
Que mazelas a tinham feito
71
Enquanto isso acontecia
Luz continuava na vida animada
Cercava-se de amigos gays
Seus shows eram festas lotadas
Sempre com seu parceiro de palco
Domingos Risseto, camarada
72
O grande feito político
Na vida desta figura
Foi criar um partido nudista
Que seria banido pela censura
O Partido Naturalista Brasileiro
Que no nudismo tinha lisura
73
Angariava fundo ao PNB
Dançando nas escadarias
Do grande Teatro Municipal
Seminua ouvindo baixarias
Dos falsos puritanos de plantão
O que só aumentava suas estripulias
74
O PNB não durou muito
Nem mesmo foi registrado
Graças à ação de Attilio
Seu irmão desalmado
Que tudo fez para o Partido
Seu registro ter sido negado
75
O legado do naturismo
Filosofia e ética de vida
Onde todos estão nus
A nudez é coletiva
Faz com que Luz
Tivesse uma nova iniciativa
76
E Luz não estava parada
Mesmo com o fim do partido
Seduziu o Ministro da Marinha
Um velho seu conhecido
Os passos estavam dados
Para sua ilha de nudismo ter surgido
77
Ganhou assim a cessão
Da Ilha Tapuama de Dentro
O porto seguro do nudismo
Que para os pelados era um alento
Ali o nudismo brasileiro
Existia com bons ventos
78
Logo a Ilha foi batizada
Como Ilha do Sol, um paraíso
Nome dado por Luz Del Fuego
Que do nudismo fez um atrativo
Todos por ali sabiam
Ficar nu na Ilha não era ato apelativo
79
A Ilha do Sol ficou famosa
Virou atração na Cidade Maravilhosa
Mesmo não fazendo parte
Do turismo, era não oficiosa
Por ali passaram as estrelas
Com suas famas luxuosas
80
Lendas do cinema americano
Passaram pela famosa ilha
E só entravam nela nus
Mesmo que fossem em família
Dos velhos às crianças
Andavam pelados em suas trilhas
81
No final dos anos 50
A ilha teve seu apogeu
Recebendo inúmeros sócios
De famosos artistas àqueles que ninguém conheceu
Suas festas, reuniões e filmagens
A prática do nudismo fortaleceu
82
De Errol Flynn
A Lana Turner, astros
A todos acolhia
Suas roupas não deixavam rastros
Ficavam nus com alegria
E ainda faziam bons gastos
83
Ava Gardner belíssima
Tyrone Powell magistral
Conheceram a Ilha do Sol
E para lá levaram alto astral
Viveram nus bons momentos
Acharam o local monumental
84
César Romero aportou
Glenn Ford caminhou
Andaram nus na Ilha do Sol
A imprensa até noticiou
Luz estava feliz
Seu sonho se realizou
85
Até Brigitte Bardot
Na época uma musa do cinema
Esteve nua na ilha
O que pra ela não foi problema
Era uma nudista conhecida
Ficar nua não era um dilema
86
O fato mais pitoresco
Aconteceu com Steve MacQueen, o ator
Que levou um baita susto
Ficando de toda cor
Acordando com a Jibóia de Luz
Em cima de seu peito com pavor
87
Já com a loira atriz
Jayne Mansfield exibida
Aconteceu uma rejeição
Pois ela não quis ficar despida
E Luz não abriu exceção
Deu-lhe um adeus de despedida
88
Os anos 60 chegavam
E Luz estava envelhecendo
Seus amantes ricos influentes
Aos poucos foram desaparecendo
Só lhe restando a Ilha do Sol
E poucos nudistas por lá aparecendo
89
Começou então o envolvimento
De Luz com Júlio pescador
Que era forte e analfabeto
Ficando ao seu dispor
Os dias de glória de Luz
Perdiam o seu esplendor
90
O último amor de Luz
Foi um guarda portuário
Chamado Hélio Luís da Costa
Homem de hábitos vários
Deixando os poucos amigos de Luz
Preocupados e muito temerários
91
Os amigos receosos
De algo acontecer
Com Luz, sozinha na ilha
Sem ninguém a lhe socorrer
Se acontecesse algo grave
O que não demorou a se suceder
92
Que os amigos nada temessem
Luz falava categoricamente
“Sou uma Luz que não se apaga”
Dizia de forma convincente
E assim foi levando a vida
Não dava trela ao perigo eminente
93
Era o ano de 1967
O trágico fim se aproximava
Pois sua morte foi tramada
Luz seria assassinada
Em 19 de julho deste fatídico ano
E a polícia não pôde fazer nada
94
A vingança foi a causa
De sua cruel morte
Junto com seu caseiro Edgar
Luz não teve nenhuma sorte
Dois irmãos assassinos
Nos corpos deixaram profundos cortes
95
Os nomes de seus algozes
Resolvi deste cordel omitir
Pois não quero que os mesmos
Fiquem impressos ao porvir
Suas ações fizeram um luto
Que o nudismo custou suprimir
96
Depois de ter sido “convertido”
Um dos assassinos escreveu
Um relato descarado
De tudo que na Ilha aconteceu
Naquele trágico episódio
Onde Luz Del Fuego faleceu
97
Seu legado inconteste
No nudismo foi fortalecido
E depois da ditadura
Seus trajetos foram reconhecidos
Da praia do Pinho a Tambaba
Novas áreas de nudismo têm surgido
98
No Rio temos Abricó
Em Floripa a Galheta
Todas áreas de naturismo
Onde estar nu não dá “treta”
A vida de Luz Del Fuego
Serve de exemplo e grandeza
99
Passando por Massarandupío
Barra Seca e outros locais
E ainda recantos e clubes
Onde o naturismo possui um cais
Um lugar para aportar
Projetar seus ideais
100
O nudismo tem sido acolhido
Até na floresta amazônica
Lá existe o GRAÚNA
Grupo que faz do naturismo sua tônica
Que busca nas origens indígenas
Uma nudez social orgânica
101
De algo temos certeza
Em relação ao naturismo organizado
Sua força está crescendo
A Lei Gabeira está ao seu lado
Garantindo a todo naturista
O direito de não ser importunado
102
Termino aqui este relato
Da trajetória desta artista formosa
Que do nudismo foi pioneira
E teve vida gloriosa
A todos os meus leitores
Deixo um abraço e uma Luz vistosa.
FIM
Manaus, Março e Abril de 2005.
Bibliografia de referência
AGOSTINHO, Cristina. Luz Del Fuego: a bailarina do povo. RJ, Best Seller, 1992.
Site http://memoriaviva.digi.com.br acessado em 27/3/2005.
Conheça o NATURISMO AMAZÔNICO:
http://www.graunaam.com.br
No Orkut procure a comunidade: NATURISMO EM MANAUS.
Nosso blog: http://naturismoamazonense.blogspot.com
Graúna-Am (Grupo Amazônico União Naturista)
O PIONEIRO DO NORTE NATURISTA NA NET!
Observação: este cordel foi publicado pela Editora Acauã no ano de 2005, sendo lançado com o patrocínio da SONATA, no Estado da Paraíba.
Atualizado em 16 de janeiro de 2011.
Jorge Bandeira: vicaflag@hotmail.com
sábado, 15 de janeiro de 2011
CONTRA A CONSTRUÇÃO DO PORTO DAS LAJES
O ENCONTRO DAS ÁGUAS AMEAÇADO PELO PORTO DAS LAJES!
(Hoje, com o tombamento do IPHAN do Encontro das Águas como Patrimônio Natural do Povo Brasileiro, está mais díficil a construção desta obra nefasta, porém os interesses escusos continuam a persistir na esfera jurídica, para conseguirem a liberação para tal construção que ataca o ecossistema amazônico! Continuaremos a denunciar e a agir contra esta obra, atualmente paralisada.)
GRAÚNA- GRUPO AMAZÔNICO UNIÃO NATURISTA
Abaixo, a reprodução parcial do nosso folder, divulgado nas ruas de Manaus no dia 21/02/2010, na comemoração do DIA NACIONAL DO NATURISMO.
O Graúna segue as diretrizes da Federação Internacional de Naturismo(INF/FNI), por recomendação da FBrN.
Para saber mais sobre a entidade máxima do Naturismo organizado no mundo, acesse o site:
www. inffni.org
Federação Brasileira de Naturismo (FBrN)
O Graúna é um grupo de Naturismo filiado à Federação Brasileira de Naturismo(FBrN), seguindo todas as diretrizes desta entidade maior do Naturismo organizado no Brasil.
Para saber mais das atividades da FBrN e conhecer as outras associações de Naturismo localizadas no Brasil, filiadas à FBrN, favor acessar ao site:
www.fbrn.org.br
Conheça nosso estilo de vida no Naturismo, venha conosco vestir-se de si mesmo!
Aqui no Graúna sua nudez é respeitada!
Graúna (Diretoria)
Presidente: Iran Lamego
Secretaria/Tesouraria: Nalva
Diretor de Ética: Roberto
Diretor de Esportes: Joel
Diretor de Cultura e Divulgação: Jorge Bandeira
Presidente da FBrN
Sr. José Antônio Ribeiro Tannús(Goiasnat)
“Se você não pode mudar seu destino, mude sua atitude!”
(Amy Tan)
A Cultura indígena em sua Nudez Essencial
A Nudez também faz parte da identidade amazônica!
Informações: (92) 9116-6775
Graúna- Fundado em 25 de Julho de 2003
Filiado à Federação Brasileira de Naturismo (FBrN)
http:// www.graunaam.com.br
21 DE FEVEREIRO
DIA NACIONAL DO NATURISMO
“Naturismo é a prática da nudez social como forma de desenvolvimento da saúde física e mental através da plena integração com a natureza. Tem por intenção favorecer o autorespeito, o respeito pelo outro e o cuidado com o Meio Ambiente.”
(Definição da Federação Internacional de Naturismo - INF/FNI)
“Você deve fazer a coisa que você pensa que você não consegue”
(Eleanor Roosevelt)
Manaus-Amazonas
21 de Fevereiro
Neste dia, no ano de 1917, nasceu a capixaba de Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo (terra também de Roberto Carlos, Rubem Braga e Sérgio Sampaio)DORA VIVÁCQUA, que ficou conhecida artisticamente como LUZ DEL FUEGO. Considerada como uma pioneira em diversas frentes no Brasil, no campo AMBIENTAL, no movimento das MULHERES, nas inovações na ARTE DA DANÇA no Brasil, e especialmente no NATURISMO, movimento que consolidou no Brasil nos anos de 1950, com sua famosa ILHA DO SOL, onde o naturismo brasileiro ficou conhecido internacionalmente. O local foi visitado por diversas estrelas do cinema, que se sentiram atraídas pelo trabalho desenvolvido por LUZ, que incluía a conservação ambiental e de proteção aos animais, vegetarianismo, nudismo(vida ao ar livre),cineclubismo. A atriz e vedete Luz Del Fuego também foi a fundadora do PARTIDO NATURALISTA BRASILEIRO(PNB), criação pioneira no mundo que aliava uma sigla partidária aos preceitos do Naturismo Familiar. Seu trabalho foi combatido por muitos conservadores. Ela foi brutalmente assassinada no ano de 1967, morte ocasionada por sua ação contra a pesca predatória com explosivos que eram feitas nas imediações Da Ilha do Sol, causando a insatisfação de seus agozes.
SALVE 21 DE FEVEREIRO, DIA DE LUZ, DIA DO NATURISMO BRASILEIRO.
PARTICIPE DETA IDEIA! A VIDA LHE ESPERA!
O GRAÚNA É A FAVOR DO TOMBAMENTO DO ENCONTRO DAS ÁGUAS COMO PATRIMÖNIO NATURAL DO BRASIL.
LUZ DEL FUEGO, PIONEIRA DO MOVIMENTO AMBIENTAL E NATURISTA NO BRASIL.
“Um nudista é uma pessoa que acredita que a roupa não é necessária à moralidade do corpo humano. Não aceita que o corpo humano tenha partes indecentes que se precisem esconder. Sabe, entretanto, diferenciar uma exposição NATURAL de uma indecente.”
(LUZ DEL FUEGO, Magna Carta do Nudismo)
O Graúna apóia o processo de Tombamento do Encontro das Águas como patrimônio natural,pois considera o ENCONTRO DAS ÁGUAS um símbolo cultural e histórico, representando o equilíbrio da natureza e um “cartão postal” que não pode ter retoques em sua VISIBILIDADE, o que acarretará, segundo TODOS os estudos científicos realizados, a perda e degradação deste ambiente natural e a conseqüente quebra do ecossistema, resultando em conseqüências ambientais e sociais inimagináveis.
AJUDE NA CONSERVAÇÃO DESTE PATRIMÔNIO AMAZONENSE.
GARANTIR O ENCONTRO DAS ÁGUAS, NAS DIVERSAS PARTES DO ENTORNO DE MANAUS, É PRESERVAR A VIDA PARA AS FUTURAS GERAÇÕES!
VOTE A FAVOR DO TOMBAMENTO DO ENCONTRO DAS ÁGUAS COMO PATRIMÖNIO NATURAL DO POVO AMAZONENS
(Hoje, com o tombamento do IPHAN do Encontro das Águas como Patrimônio Natural do Povo Brasileiro, está mais díficil a construção desta obra nefasta, porém os interesses escusos continuam a persistir na esfera jurídica, para conseguirem a liberação para tal construção que ataca o ecossistema amazônico! Continuaremos a denunciar e a agir contra esta obra, atualmente paralisada.)
GRAÚNA- GRUPO AMAZÔNICO UNIÃO NATURISTA
Abaixo, a reprodução parcial do nosso folder, divulgado nas ruas de Manaus no dia 21/02/2010, na comemoração do DIA NACIONAL DO NATURISMO.
O Graúna segue as diretrizes da Federação Internacional de Naturismo(INF/FNI), por recomendação da FBrN.
Para saber mais sobre a entidade máxima do Naturismo organizado no mundo, acesse o site:
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Federação Brasileira de Naturismo (FBrN)
O Graúna é um grupo de Naturismo filiado à Federação Brasileira de Naturismo(FBrN), seguindo todas as diretrizes desta entidade maior do Naturismo organizado no Brasil.
Para saber mais das atividades da FBrN e conhecer as outras associações de Naturismo localizadas no Brasil, filiadas à FBrN, favor acessar ao site:
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Graúna (Diretoria)
Presidente: Iran Lamego
Secretaria/Tesouraria: Nalva
Diretor de Ética: Roberto
Diretor de Esportes: Joel
Diretor de Cultura e Divulgação: Jorge Bandeira
Presidente da FBrN
Sr. José Antônio Ribeiro Tannús(Goiasnat)
“Se você não pode mudar seu destino, mude sua atitude!”
(Amy Tan)
A Cultura indígena em sua Nudez Essencial
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Informações: (92) 9116-6775
Graúna- Fundado em 25 de Julho de 2003
Filiado à Federação Brasileira de Naturismo (FBrN)
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DIA NACIONAL DO NATURISMO
“Naturismo é a prática da nudez social como forma de desenvolvimento da saúde física e mental através da plena integração com a natureza. Tem por intenção favorecer o autorespeito, o respeito pelo outro e o cuidado com o Meio Ambiente.”
(Definição da Federação Internacional de Naturismo - INF/FNI)
“Você deve fazer a coisa que você pensa que você não consegue”
(Eleanor Roosevelt)
Manaus-Amazonas
21 de Fevereiro
Neste dia, no ano de 1917, nasceu a capixaba de Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo (terra também de Roberto Carlos, Rubem Braga e Sérgio Sampaio)DORA VIVÁCQUA, que ficou conhecida artisticamente como LUZ DEL FUEGO. Considerada como uma pioneira em diversas frentes no Brasil, no campo AMBIENTAL, no movimento das MULHERES, nas inovações na ARTE DA DANÇA no Brasil, e especialmente no NATURISMO, movimento que consolidou no Brasil nos anos de 1950, com sua famosa ILHA DO SOL, onde o naturismo brasileiro ficou conhecido internacionalmente. O local foi visitado por diversas estrelas do cinema, que se sentiram atraídas pelo trabalho desenvolvido por LUZ, que incluía a conservação ambiental e de proteção aos animais, vegetarianismo, nudismo(vida ao ar livre),cineclubismo. A atriz e vedete Luz Del Fuego também foi a fundadora do PARTIDO NATURALISTA BRASILEIRO(PNB), criação pioneira no mundo que aliava uma sigla partidária aos preceitos do Naturismo Familiar. Seu trabalho foi combatido por muitos conservadores. Ela foi brutalmente assassinada no ano de 1967, morte ocasionada por sua ação contra a pesca predatória com explosivos que eram feitas nas imediações Da Ilha do Sol, causando a insatisfação de seus agozes.
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“Um nudista é uma pessoa que acredita que a roupa não é necessária à moralidade do corpo humano. Não aceita que o corpo humano tenha partes indecentes que se precisem esconder. Sabe, entretanto, diferenciar uma exposição NATURAL de uma indecente.”
(LUZ DEL FUEGO, Magna Carta do Nudismo)
O Graúna apóia o processo de Tombamento do Encontro das Águas como patrimônio natural,pois considera o ENCONTRO DAS ÁGUAS um símbolo cultural e histórico, representando o equilíbrio da natureza e um “cartão postal” que não pode ter retoques em sua VISIBILIDADE, o que acarretará, segundo TODOS os estudos científicos realizados, a perda e degradação deste ambiente natural e a conseqüente quebra do ecossistema, resultando em conseqüências ambientais e sociais inimagináveis.
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VOTE A FAVOR DO TOMBAMENTO DO ENCONTRO DAS ÁGUAS COMO PATRIMÖNIO NATURAL DO POVO AMAZONENS
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
A NUDEZ NA ARTE E NA VIDA
Por jorge bandeira*
A nossa existência tem sido condicionada por normas e regras, e desde nossa formação elementar nos deparamos com situações que nos colocam à prova, em especial quando nossa nudez é posta em circulação além das quatro paredes em nossas casas e seus aposentos. Quebrar esta regra é a tarefa de um ser humano além de seu limite, um ser naturista, um solitário nesta sociedade têxtil. A visão deste cognominado naturista é feita de um recurso capaz de inocentar o paradigma do pecado que é perpetrado de maneira capciosa por uma sociedade que insiste na culpabilidade dos que estão nus, inevitavelmente vítimas de chacotas e outras aleivosias, calúnias e adjetivos pejorativos, como por exemplo exibicionistas, tarados, recalcados, amorais, etc. A nudez, que fique claro, é nesta visão simplista e preconceituosa, uma ação de transloucados, afeminados, machões tarados e uma fauna indescritível de psicopatas que deveriam ser banidos da face da terra. Não é um exagero, infelizmente não. O critério de normalidade nesta sociedade é feito um mundo de ponta-cabeça, tal qual um teatro do absurdo repetido diversas vezes, com cenas de incoerência e com mazelas disfarçadas de atos legais. O atentado ao pudor é um crime tipificado, mas a dança erotizada de crianças e jovens em roupas minúsculas, balançando as nádegas e simulando sexo nas coreografias de axé ou pagode universitário pode ser apreciado por todos, sem nenhuma recriminação. O importante nesta hipocrisia é que a nudez não seja projetada aos olhos “puros” e imaculados dos espectadores, inocentes totais nesta vida tão normal e pacata. Aos naturistas restou o medo, a dissimulação, e talvez por isso a maioria dos naturistas estão na “melhor idade”, gozando de seu naturismo em estado de aposentadoria, quando as perseguições e calúnias estão anuladas ou minimizadas pela situação de estar livre de sansões da legalidade jurídica e outras variantes de um contrato ainda vingente entre o trabalhador e o seu patrão. Esta é a situação, e não adianta mudar de uma hora para outra este panorama triste em que nosso movimento naturista se encontra ao longo de sua história de avanços e récuos históricos. Assisti hoje, em frente ao famoso Teatro Amazonas a um exemplo disso que relatei acima, diante de um público atento, durante um festival de dança local, jovens na faixa etária de 12 a 15 anos dançavam provocativamente, com esfregações de genitalias, bundas, seios, o que era, a despeito da dança com vertente de axé music, uma esculhambação mesmo. Isso pode, pois todos estavam vestidos com aqueles figurinos ridículos, com a bunda balançando de um lado a outro, sem escrúpulos. Isso pode, sem problemas, ainda mais com as letras de um teor malicioso e os cabelos no estilo consagrado pelos jogadores de futebol, o moicano. Isso pode. A nós, pobres naturistas, resta a clandestinidade ou o medo, e enquanto a Lei do Naturismo fica na gaveta, nossa nudez será refém desta situação humilhante.
*Fundador do Graúna, Grupo Amazônico União Naturista, vice-presidente da FBrN.
Manaus, 9 de agosto de 2010 – dia internacional dos povos indígenas.
Por jorge bandeira*
A nossa existência tem sido condicionada por normas e regras, e desde nossa formação elementar nos deparamos com situações que nos colocam à prova, em especial quando nossa nudez é posta em circulação além das quatro paredes em nossas casas e seus aposentos. Quebrar esta regra é a tarefa de um ser humano além de seu limite, um ser naturista, um solitário nesta sociedade têxtil. A visão deste cognominado naturista é feita de um recurso capaz de inocentar o paradigma do pecado que é perpetrado de maneira capciosa por uma sociedade que insiste na culpabilidade dos que estão nus, inevitavelmente vítimas de chacotas e outras aleivosias, calúnias e adjetivos pejorativos, como por exemplo exibicionistas, tarados, recalcados, amorais, etc. A nudez, que fique claro, é nesta visão simplista e preconceituosa, uma ação de transloucados, afeminados, machões tarados e uma fauna indescritível de psicopatas que deveriam ser banidos da face da terra. Não é um exagero, infelizmente não. O critério de normalidade nesta sociedade é feito um mundo de ponta-cabeça, tal qual um teatro do absurdo repetido diversas vezes, com cenas de incoerência e com mazelas disfarçadas de atos legais. O atentado ao pudor é um crime tipificado, mas a dança erotizada de crianças e jovens em roupas minúsculas, balançando as nádegas e simulando sexo nas coreografias de axé ou pagode universitário pode ser apreciado por todos, sem nenhuma recriminação. O importante nesta hipocrisia é que a nudez não seja projetada aos olhos “puros” e imaculados dos espectadores, inocentes totais nesta vida tão normal e pacata. Aos naturistas restou o medo, a dissimulação, e talvez por isso a maioria dos naturistas estão na “melhor idade”, gozando de seu naturismo em estado de aposentadoria, quando as perseguições e calúnias estão anuladas ou minimizadas pela situação de estar livre de sansões da legalidade jurídica e outras variantes de um contrato ainda vingente entre o trabalhador e o seu patrão. Esta é a situação, e não adianta mudar de uma hora para outra este panorama triste em que nosso movimento naturista se encontra ao longo de sua história de avanços e récuos históricos. Assisti hoje, em frente ao famoso Teatro Amazonas a um exemplo disso que relatei acima, diante de um público atento, durante um festival de dança local, jovens na faixa etária de 12 a 15 anos dançavam provocativamente, com esfregações de genitalias, bundas, seios, o que era, a despeito da dança com vertente de axé music, uma esculhambação mesmo. Isso pode, pois todos estavam vestidos com aqueles figurinos ridículos, com a bunda balançando de um lado a outro, sem escrúpulos. Isso pode, sem problemas, ainda mais com as letras de um teor malicioso e os cabelos no estilo consagrado pelos jogadores de futebol, o moicano. Isso pode. A nós, pobres naturistas, resta a clandestinidade ou o medo, e enquanto a Lei do Naturismo fica na gaveta, nossa nudez será refém desta situação humilhante.
*Fundador do Graúna, Grupo Amazônico União Naturista, vice-presidente da FBrN.
Manaus, 9 de agosto de 2010 – dia internacional dos povos indígenas.
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
A NUDEZ INFANTIL EM LED ZEPPELIN
Jorge Bandeira*
Em meados da década de 1970 o grupo de rock Led Zeppelin, expoente maior do nascente rock “pesado”, era conhecido mundialmente. Jimmy Page(Guitarra), John Bohann(Bateria), John Paul Jones(Baixo), Robert Plant(Vocal) eram os músicos desta consagrada banda, e que tiveram capas de seus discos elaboradas de forma antológica, uma dessas capas foi a de HOUSES OF THE HOLY (Casas Sagradas), com duas crianças nuas como modelos.
Vale lembrar que esta capa foi censurada em alguns países, como por exemplo a região Sul dos Estados Unidos, a Espanha e até mesmo no Brasil da época da ditadura a capa foi sutilmente censurada, onde em algumas edições um selo ridículo cobria o quadril da garotinha nua do primeiro plano, e no lugar de seu bumbum o selo trazia o nome do grupo Led Zeppelin e o nome do álbum Houses of the Holy, assassinando, assim, a bela imagem integral do fotógrafo e do ilustrador, acabando com a aura de mistério que a capa determinava, especialmente pela visão mística de Jimmy Page, o maior interessado em ciências Ocultas da importante banda.
As crianças que aparecem multiplicadas na capa de referência à nudez e ao sagrado do Led são os irmãos stefan e Sam Gates, hoje Stefan é apresentador de um programa de variedades sensacionalista, tem 40 anos hoje(2010) e sua irmã Sam, que aparece nua na capa com ele, escalando a montanha sagrada, tem hoje 42 anos. Na época stefan tinha 5 anos e Sam, 7 anos.
O local das fotos foi o monumento holístico Giant’s Causeway, na Irlanda do Norte. As fotos iniciais foram feitas pelo fotógrafo Aubrey Powell, da empresa artística Hipgnosis, que fazia também algumas capas de disco para o Pink Floyd. Trata-se, artisticamente, de uma fotomontagem, onde as fotos das crianças nuas foram multiplicas sob diversos angulos, aplicadas em seguida numa foto de plano geral do monumento sagrado arqueológico, trabalho feito minuciosamente pelo artista gráfico Phil Crenwell, bem antes dos fantásticos recursos oriundos da era da informática, como o photoshop, por exemplo. Foi um trabalho de certa forma artesanal, de difícil execução e acabamento.
O resultado final, que você comprova acima, é de enebriar os olhos. É arte pura e delicada, como as imagens das crianças nuas, que sobem as encostas sagradas, numa pureza natural e ao mesmo tempo misteriosa. A nudez, aqui, é a representação deste rito iniciático, onde a nudez infantil é tida como usufruto natural e espontâneo, onde a imagem da pureza confunde-se com as do monumento, crianças nuas e pedras permanecem assim, lisas e nuas, até o infinito de nossas mentes.
Por trás desta escalada de religar o ser humano ao cosmos, eis o Sol, nosso símbolo maior do Naturismo. A ligação perfeita entre a natureza, o mistério da existência e as crianças em toda a espontaneidade e deslumbramentos. A inspiração para esta capa foi o conto de Arthur C. Clarke, o gênio literário da Ficção Científica, o conto chama-se “Childhood’s End”, onde uma família nua(naturista) escala um monumento sagrado.
Arte e nudez irmanados e que hoje são verdadeiros clássicos da produção gráfica e fotográfica. As músicas do Led Zeppelin merecem outros estudos, mas esta capa, singela, bela e que insere a nudez infantil de forma tão mágica e elegante, nos permitem considerar a possibilidade de avistar um mundo melhor, pela opção pela nudez verdadeira e transcente, feita a das crianças nuas que se verticalizam até o infinito, numa viagem e peregrinação em busca de algo que se perdeu ao longo do avanço civilizatório, e do qual a nudez, em certo sentido, ajudaria ao ser humano encontrar, por trás das montanhas sagradas das sensações.
*Jorge Bandeira é escritor e crítico de arte, naturista e um dos fundadores do GRAÚNA, Grupo Amazônico União Naturista.
Manaus, 28 de setembro de 2010.
Contatos com o autor: vicaflag@hotmail.com
Site do Graúna: http://www.graunaam.com.br
Jorge Bandeira*
Em meados da década de 1970 o grupo de rock Led Zeppelin, expoente maior do nascente rock “pesado”, era conhecido mundialmente. Jimmy Page(Guitarra), John Bohann(Bateria), John Paul Jones(Baixo), Robert Plant(Vocal) eram os músicos desta consagrada banda, e que tiveram capas de seus discos elaboradas de forma antológica, uma dessas capas foi a de HOUSES OF THE HOLY (Casas Sagradas), com duas crianças nuas como modelos.
Vale lembrar que esta capa foi censurada em alguns países, como por exemplo a região Sul dos Estados Unidos, a Espanha e até mesmo no Brasil da época da ditadura a capa foi sutilmente censurada, onde em algumas edições um selo ridículo cobria o quadril da garotinha nua do primeiro plano, e no lugar de seu bumbum o selo trazia o nome do grupo Led Zeppelin e o nome do álbum Houses of the Holy, assassinando, assim, a bela imagem integral do fotógrafo e do ilustrador, acabando com a aura de mistério que a capa determinava, especialmente pela visão mística de Jimmy Page, o maior interessado em ciências Ocultas da importante banda.
As crianças que aparecem multiplicadas na capa de referência à nudez e ao sagrado do Led são os irmãos stefan e Sam Gates, hoje Stefan é apresentador de um programa de variedades sensacionalista, tem 40 anos hoje(2010) e sua irmã Sam, que aparece nua na capa com ele, escalando a montanha sagrada, tem hoje 42 anos. Na época stefan tinha 5 anos e Sam, 7 anos.
O local das fotos foi o monumento holístico Giant’s Causeway, na Irlanda do Norte. As fotos iniciais foram feitas pelo fotógrafo Aubrey Powell, da empresa artística Hipgnosis, que fazia também algumas capas de disco para o Pink Floyd. Trata-se, artisticamente, de uma fotomontagem, onde as fotos das crianças nuas foram multiplicas sob diversos angulos, aplicadas em seguida numa foto de plano geral do monumento sagrado arqueológico, trabalho feito minuciosamente pelo artista gráfico Phil Crenwell, bem antes dos fantásticos recursos oriundos da era da informática, como o photoshop, por exemplo. Foi um trabalho de certa forma artesanal, de difícil execução e acabamento.
O resultado final, que você comprova acima, é de enebriar os olhos. É arte pura e delicada, como as imagens das crianças nuas, que sobem as encostas sagradas, numa pureza natural e ao mesmo tempo misteriosa. A nudez, aqui, é a representação deste rito iniciático, onde a nudez infantil é tida como usufruto natural e espontâneo, onde a imagem da pureza confunde-se com as do monumento, crianças nuas e pedras permanecem assim, lisas e nuas, até o infinito de nossas mentes.
Por trás desta escalada de religar o ser humano ao cosmos, eis o Sol, nosso símbolo maior do Naturismo. A ligação perfeita entre a natureza, o mistério da existência e as crianças em toda a espontaneidade e deslumbramentos. A inspiração para esta capa foi o conto de Arthur C. Clarke, o gênio literário da Ficção Científica, o conto chama-se “Childhood’s End”, onde uma família nua(naturista) escala um monumento sagrado.
Arte e nudez irmanados e que hoje são verdadeiros clássicos da produção gráfica e fotográfica. As músicas do Led Zeppelin merecem outros estudos, mas esta capa, singela, bela e que insere a nudez infantil de forma tão mágica e elegante, nos permitem considerar a possibilidade de avistar um mundo melhor, pela opção pela nudez verdadeira e transcente, feita a das crianças nuas que se verticalizam até o infinito, numa viagem e peregrinação em busca de algo que se perdeu ao longo do avanço civilizatório, e do qual a nudez, em certo sentido, ajudaria ao ser humano encontrar, por trás das montanhas sagradas das sensações.
*Jorge Bandeira é escritor e crítico de arte, naturista e um dos fundadores do GRAÚNA, Grupo Amazônico União Naturista.
Manaus, 28 de setembro de 2010.
Contatos com o autor: vicaflag@hotmail.com
Site do Graúna: http://www.graunaam.com.br
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
COLETIVO ARTÍSTICO GRAÚNA NO COLETIVO DIFUSÃO
O fotógrafo Sandro Furtado registrou várias fotos da Performance "Nus, Caminhos de Gibran", no evento de abertura da exposição GIBRAN, NUDEZ METAFÍSICA, NUDEZ NATURAL, do Coletivo Artístico Graúna, em março de 2010. Aguardem que postaremos as fotos que podem ser divulgadas neste blog! Jorge Bandeira/Manaus/Amazonas
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
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